Ken Follett ofereceu os direitos de autor de Notre-Dame, livro sobre a famosa catedral publicado após o incêndio de 2019 que a destruiu parcialmente, a um outro edifício gótico francês, a catedral de Dol-de-Bretagne, na Bretanha, anunciou esta segunda-feira a Fundação do Património (FdP) de França.

Publicado em 2019 após o incêndio que destruiu parte do edifício parisiense, Notre-Dame conta suscitamento a história do monumento e reflete sobre a sua influência em Os Pilares da Terra, o romance mais famoso de Follett, sobre a construção de uma catedral na localidade inglesa fictícia de Kingsbridge. O livro foi escrito em dez dias a convite da editora francesa do autor galês e os seus direitos  deveriam ser doados para a reconstrução da catedral de Paris.

Foi isso que foi anunciado por altura do seu lançamento e foi isso que Follett disse em novembro do ano passado ao Observador.

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“Estava a tomar pequeno almoço com a minha editora [francesa] e ela disse-me que gostava que escrevesse um pequeno livro sobre a importância de Notre-Dame. Que gostava que o escrevesses muito depressa e que o publicaria muito depressa e doariam os lucros para o fundo de reconstrução da catedral. (…) Foi especial e também muito interessante. E claro que também doei os meus direitos de autor ao fundo”, afirmou na altura o escritor.

O pequeno livro vendeu 113 mil exemplares e o total dos direitos de autor, no valor de 148 mil euros, reverterão para os trabalhos em Dol-de-Bretagne. Citado pela FdP, Follett disse estar muito contente por doar o valor para as obras de recuperação e restauro da catedral. “Gosto muito da zona oeste de França, para onde me desloco regularmente para passar férias. Estou ansioso por poder acompanhar a evolução do projeto e como o dinheiro vai ser investido, disse.

O autor não explicou o porquê da decisão de mudar o destino dos lucros de Notre-Dame.

[Os tesouros da catedral de Saint-Samson, em Dol-de-Bretagne:]

A catedral de Saint-Samson em Dol-de-Bretagne, classificado como monumento histórico desde 1840, encontra-se muito degradada, estando já em curso obras no valor de 2,4 milhões de euros, que deverão ser concluídas em 2024. Além de danos na cobertura, as balaustradas de granito estão danificadas, tal como os revestimentos. Quatro vitrais do século XIII, os mais antigos conhecidos na Bretanha, estão atualmente desprotegidos.

Os 148 mil euros doados por Follett vão juntar-se à quantia adiantada por vários organismos estatais, incluindo a direção-regional da cultura. O município de Dol-de-Breetagne será responsável por 800 mil euros.