A distrital do PSD de Viana do Castelo aprovou e homologou a recandidatura do atual presidente da Câmara de Ponte da Barca às eleições autárquicas deste ano, disse esta quarta-feira à Lusa o presidente daquela comissão política, Olegário Gonçalves.

Segundo Olegário Gonçalves, a decisão de recandidatar Augusto Marinho foi tomada em reunião realizada na terça-feira à noite.

O nome de Augusto Marinho constava na lista de 77 recandidatos a presidentes de câmara divulgada, na semana passada, pelo secretário-geral e coordenador autárquico nacional do PSD, José Silvano.

Nas autárquicas de 2017, Augusto Marinho, de 46 anos, conquistou a liderança do concelho ao Partido Socialista (PS), tendo ficado a liderar a autarquia com maioria absoluta já que elegeu quatro mandatos num total de sete. O PS ficou com três lugares na vereação.

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Ponte da Barca foi o único concelho do distrito de Viana do Castelo em que o anterior autarca, o socialista António Vassalo Abreu, terminou 12 anos consecutivos a liderar a autarquia.

A partir de 2018 tornaram-se públicos os primeiros casos de instabilidade política no seio da maioria social-democrata. Em outubro desse ano, a então vice-presidente da autarquia, Maria José Gonçalves, absteve-se na votação do orçamento para 2019, alegando “não ter sido envolvida” na sua elaboração que, disse, foi decidida “unilateralmente” pelo presidente da autarquia. Dois meses depois, em declarações à Lusa, Maria José Gonçalves disse estar a ser vítima de “bullying” laboral por parte de Augusto Marinho. Em janeiro de 2019, a autarquia liderada pelo social-democrata Augusto Marinho justificou a decisão de cessação das funções de Maria José Gonçalves como vereadora em regime de tempo inteiro com a “pública desarticulação política”.

O orçamento para 2019 da maioria PSD foi viabilizado por um dos três vereadores eleito pelo PS.

Por despacho do presidente da câmara, o vereador Inocêncio Araújo passou a meio tempo e viu ainda aprovada, por maioria, a sua promoção de encarregado operacional a técnico superior da Câmara de Ponte da Barca. Em dezembro último, o orçamento para 2021 foi aprovado com o voto de qualidade do presidente, após empate na votação do documento. A vereadora social-democrata Fernanda Marques que, entretanto, entrou para o executivo para substituir José António Ribeiro da Costa, que pediu suspensão de mandato e que acabou por renunciar ao cargo, absteve-se na votação do documento.

Já Maria José Gonçalves, vereadora também eleita pelo PSD, mas que em 2019 foi destituída da vice-presidência do município e esvaziada dos pelouros que detinha, votou contra, tal como dois vereadores do PS, Pedro Sousa Lobo e Ricardo Armada.

Na reunião camarária da última quinta-feira foi aprovada, por maioria, por proposta dos vereadores do PS, a avocação de competências ao autarca social-democrata relativamente a processos de licenciamentos e de contratação pública superior a 750 mil euros.

A avocação de competências foi aprovada com os votos de dois dos três vereadores do PS, Pedro Sousa Lobo e Ricardo Armada, da vereadora social-democrata Fernanda Marques (um dos quatro elementos da maioria PSD) e Maria José Gonçalves.

Nas autárquicas de 2017, o PSD conquistou 54,15% dos votos, dando a autarquia barquense a Augusto Marinho. A aposta do PS, Inocêncio Araújo, ficou-se pelos 40,14%.

Antes de assumir a presidência do município, Augusto Marinho foi vereador do PSD, entre 2009 e 2013, tendo chegado a integrar a bancada da oposição como independente.

Além de economista, Augusto Marinho é auditor de Defesa Nacional, especializado em Políticas Públicas. Augusto Marinho iniciou o seu percurso profissional como oficial da Marinha de Guerra Portuguesa, tendo também exercido funções de docente do ensino superior nas disciplinas de Economia Monetária, Controlo de Gestão e Economia Monetária e Financeira.