Cirurgiões do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) vão realizar até ao final do ano 400 cirurgias no Centro Clínico da Guarda Nacional Republicana, em Lisboa, através de um protocolo assinado esta terça-feira entre as duas entidades.

As intervenções serão sobretudo na área da cirurgia geral e da ortopedia, disse a presidente do conselho de administração do CHULC, Rosa Valente de Matos, na assinatura do protocolo, que decorreu no Centro Clínico e que contou com a presença do Ministro da Administração Interna, do secretário de Estado Adjunto e da Saúde e do comandante-geral da GNR.

Estas intervenções somam-se às mais de 150 cirurgias que são realizadas diariamente no Centro Hospitalar (que integra os hospitais S. José, Curry Cabral, Santa Marta, Capuchos e Maternidade Alfredo da Costa), “mas nunca são demais”, sublinhou.

Apesar do esforço exigido pela pandemia, o centro hospitalar manteve-se sempre focado e preparado para “tratar todos os doentes” e foi nesse contexto que surgiu esta oportunidade de parceria com a GNR, disse Rosa Valente de Matos.

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Presente na cerimónia, o comandante-geral da GNR, Rui Clero, adiantou que o Centro Clínico da GNR disponibilizará meios e infraestruturas, traduzindo-se num apoio que possibilita “a utilização de uma sala de bloco operatório, pessoal e equipamentos para a realização de intervenções cirúrgicas e de tratamento em regime de ambulatório ou pernoita” e que “seguramente contribuirá para o esforço nacional comum”.

Para o secretário de Estado-Adjunto e da Saúde, o protocolo evidencia a “extraordinária colaboração entre setores” ao longo de um “período tão difícil de epidemia” e “é extremamente importante” para recuperar a atividade assistencial dos doentes não-Covid.

António Lacerda Sales adiantou que o Ministério da Saúde pretende fazer este ano um acréscimo de 22% de cirurgias (83 mil cirurgias) em relação a 2020, mais 9,5% de consultas externas (cerca de 950 mil consultas).

Também já foi estendido para 2021 o regime excecional de incentivos à realização da atividade assistencial não realizada, aumentando a remuneração dos profissionais, estendendo os horários de trabalho, bem como um acréscimo da atividade para tratamento de doentes crónicos, HIV/sida, hepatite C, entre outros.

Segundo o governante, os hospitais do SNS estão a retomar a atividade que ficou suspensa durante o pico de incidência de Covid-19 à medida que diminui o número de doentes internados em enfermarias e cuidados intensivos.

O ministro da Administração Interna afirmou, por seu turno, que, a cerimónia desta terça-feira “marca publicamente aquilo que é um ano de pleno compromisso com o serviço aos portugueses”.

“Essa cooperação que posso testemunhar manifesta-se com o meu dever, no âmbito de quem tem responsabilidades institucionais na área de segurança interna, de criar todas as condições para aqueles que salvam vidas todos os dias possam, no Serviço Nacional de Saúde e em todas as estruturas de saúde de Portugal, cumprir a sua função, respondendo ao desafio que a pandemia de Covid 19 constitui para Portugal, para a Europa e para o mundo”, vincou Eduardo Cabrita.