O primeiro-ministro, António Costa, apresentou ao início da noite desta quinta-feira o plano de desconfinamento gradual para o país nas próximas semanas, com quatro grandes datas referência: 15 de março, 5 de abril, 19 de abril e 3 de maio, não havendo alterações durante o período da Páscoa. E se o regresso das modalidades desportivas vai sendo feito de forma faseada até à primeira semana de maio, há um dado que pode contrariar algo que estava a ser pensado pelo Autódromo Internacional do Algarve em relação a duas provas do desporto motorizado.

O traçado algarvio terá uma agenda particularmente cheia a partir de meio de abril, com o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, terceira prova do Mundial e primeira realizada na Europa, a 18 de abril, e o Grande Prémio de Fórmula 1, terceira prova também do Mundial e segunda no continente depois de Ímola, a 2 de maio. Ora, perante o que foi anunciado por António Costa, os “grandes eventos exteriores e eventos interiores” só serão permitidos “com diminuição de lotação” a 3 de maio, no dia seguinte à prova de Fórmula 1. Mas pode não ser assim.

O Observador sabe que, quer para o MotoGP, quer para a Fórmula 1, a organização já se encontrava a estudar um dispositivo com lotação reduzida para poder receber público, algo que foi comunicado também a alguns dos seus parceiros por forma a avançar mal houvesse “luz verde”. No entanto, e se a pandemia continuar a evoluir de forma favorável, essa data poderá ser antecipada para 19 de abril, o que já iria abranger a Fórmula 1 (que no ano passado teve 30.000 nas bancadas). E até a possibilidade de o MotoGP ter púbico não está descartada. As medidas que foram hoje apresentadas serão sujeitas a uma reavaliação quinzenal por parte do governo, de acordo com a avaliação de risco apurada nessa altura, podendo aumentar ou diminuir mediante o contexto.

As 8 Horas de Portimão, que substituíram as 1.000 Milhas de Sebring no calendário do Mundial de Resistência (WEC), deixaram de estar englobadas nestas datas depois do adiamento por causa da pandemia do fim de semana de 2 a 4 de abril, passando apenas para 13 de junho depois de um prólogo a 26 e 27 de abril em Spa-Francorchamps e a primeira prova a contar para o Mundial a 1 de maio, também no circuito belga.

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O presidente da Liga, Pedro Proença, tem a visão mais otimista e a melhor interpretação possível: o regresso de um número reduzido de espectadores aos estádios da Primeira e Segunda Liga já a 19 de abril, por estarem já previstos “eventos exteriores com diminuição de lotação” caso a pandemia evolua de forma favorável.

“Esperança. É o que sentimos ao assistir à comunicação pública do Governo! Faz amanhã um ano que tomámos a decisão, (mais difícil desde que estamos na Liga), de suspender as competições profissionais. Hoje, olhamos para o futuro a acreditar que, em breve, a 19 de abril, poderemos ter os adeptos connosco nas bancadas! Visto que o desconfinamento previsto quer para eventos exteriores com lotação reduzida quer para a reabertura das salas de espectáculos, ocorrerá nessa data, estamos certos que esse será o momento para o regresso do calor dos cânticos, do conforto dos aplausos, do vibrar das emoções, daquele que ao longo deste difícil período nunca, por um único momento que fosse, deixamos cair no esquecimento: os nossos adeptos!”, defende Proença.

Curiosamente, a primeira jornada a partir dessa data, a 28.ª, está marcada para o meio da semana, a 21 de abril, com jogos como Sporting-Belenenses SAD, Portimonense-Benfica, FC Porto-V. Guimarães e Sp. Braga-Boavista. Até ao final do Campeonato, e olhando apenas para os jogos entre grandes, haverá ainda um Benfica-FC Porto (9 de maio) e um Benfica-Sporting (16 de maio), neste caso a contar para a penúltima jornada da Liga.

De resto, e no que toca ao regresso das modalidades, que nesta fase se cingem apenas à 1.ª Divisão e restantes escalões profissionais equiparados, as modalidades consideradas pela Direção-Geral da Saúde como baixo risco podem voltar a partir de 5 de abril, onde se incluem desportos como natação, ténis ou padel.

Futebol sem testes obrigatórios, modalidades de pavilhão também, desportos de combate e râguebi considerados de “alto risco”

A 19 de abril podem regressar as modalidades de médio risco, onde estão andebol, andebol de praia, andebol de cadeira de rodas, basquetebol, corfebol, futebol, futsal, hóquei em campo, voleibol, aquatlon, hóquei subaquático, râguebi subaquático, hóquei em patins e hóquei em linha. Por fim, e a 3 de maio, voltam as restantes modalidades consideradas de alto risco, casos de aikido, artes marciais chinesas (wushu, kung fu, tajiquan, quiqong e sanda), judo, ju-jitsu, karaté, kempo, kickboxing, muaytahi, lutas amadoras, dança desportiva (standard e latino-americanas e grupos), patinagem artística de pares, ginástica acrobática e polo aquático.