O Ministério dos Transportes britânico recusou confirmar, mas também não desmentiu, a notícia de que Portugal vai ser retirado da “lista vermelha” de países cujos viajantes estão sujeitos a quarentena em hotéis no Reino Unido.

“As decisões de introduzir ou remover países da lista vermelha são uma resposta direta aos dados científicos e médicos mais recentes que mostram um risco agravado para a saúde pública do Reino Unido e transmissão para a comunidade”, disse à agência Lusa um porta-voz do Ministério.

“Tal como acontece com todas as nossas medidas relativas ao coronavírus, mantemos a lista vermelha sob avaliação constante e a nossa prioridade continua a ser proteger a saúde do público do Reino Unido”, acrescentou.

O jornal Daily Telegraph noticiou, este sábado, que Portugal vai ser retirado da “lista vermelha”, devendo o anúncio oficial ser feito pelo ministro dos Transportes, Grant Shapps, na segunda-feira.

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A notícia, também avançada pelos jornais Daily Mail e Independent, acontece dias depois de o Governo português anunciar o plano de desconfinamento no país, com a reabertura, já na segunda-feira, de creches, ensino pré-escolar, escolas do 1.º ciclo de ensino, comércio ao postigo e estabelecimentos de estética, como cabeleireiros.

Haverá novas fases de reabertura em 5 e 19 de abril e em 3 de maio, mas as medidas podem ser revistas sempre que Portugal ultrapassar os “120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias” ou que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapasse 1.

Portugal é o único país europeu entre 33 países maioritariamente africanos e sul-americanos cujas viagens foram proibidas, exceto para nacionais ou residentes, para reduzir o risco de importação de variantes do coronavírus mais infecciosas e resistentes às vacinas, como as descobertas no Brasil e África do Sul.

Com a proibição de entradas de viajantes provenientes do território nacional, só os britânicos e irlandeses, residentes no Reino Unido e motoristas de camiões de transporte de bens essenciais têm autorização para entrar no país. Ainda assim, e como se lê no Portal das Comunidades, os viajantes que tenham estado nos 10 dias anteriores em Portugal “são obrigados ao cumprimento de quarentena de 10 dias num hotel”, com os custos a serem assegurados pelos próprios.

Agora, se a decisão de retirar Portugal da “lista vermelha” acontecer, abre-se o caminho para férias de verão em Portugal, já depois de o primeiro-ministro Boris Johnson ter anunciado que as viagens internacionais seriam retomadas dependendo do quadro epidemiológico nacional e internacional, mas não antes de 17 de maio. Nesta data, segundo o jornal britânico, as viagens não essenciais deverão começar a existir e Portugal já poderá estar na lista de destinos dos britânicos.

Com a alteração por parte do Reino Unido, Portugal junta-se a países como Grécia, Espanha e Chipre, que sinalizaram a possibilidade de receber britânicos vacinados a partir de meados do mês de maio.

Henry Smith, deputado conservador, disse ao Telegraph, que esta é uma “boa notícia”, pois “Portugal é um destino importante para os turistas britânicos”. “Estar fora da lista vermelha é um sinal de que aos poucos estamos a voltar à normalidade, não só para as pessoas poderem aproveitar as férias de verão, mas também para o comércio de viagens turísticas”.

Alemanha levanta proibição de transportes aéreos a Portugal

Já esta sexta-feira, a Alemanha retirou Portugal da lista de “países com elevada incidência de mutações do Coronavírus, com efeitos a partir do próximo domingo“, indica uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros português na rede social Twitter.

Segundo a nota do ministério tutelado por Augusto Santos Silva, a decisão põe fim à “proibição de transporte” que impedia as viagens de pessoas a partir de Portugal.

O anúncio da decisão de Berlim surgiu pouco depois das declarações feitas pelo ministro da Administração Interna português, Eduardo Cabrita, que defendeu que “não há qualquer justificação” para as restrições que a Alemanha impõe aos passageiros provenientes de Portugal devido à pandemia de Covid-19.

Portugal está manifestamente esta semana com resultados que são mais positivos ainda do que aqueles que tínhamos há uma semana, e, portanto, não há nenhuma justificação para essa restrição“, sublinhou então Eduardo Cabrita numa conferência de imprensa após o conselho informal dos ministros de Administração Interna da UE, presidido pelo próprio a partir de Lisboa.

Desde 30 de janeiro, a Alemanha tem proibido a entrada a passageiros oriundos de Portugal, por constar numa lista em que também estão incluídos países como a Eslováquia ou a região austríaca de Tirol, e que engloba as chamadas “zonas com variantes de Covid-19“.

Segundo o portal na Internet da agência aérea alemã Lufthansa, só os indivíduos com a nacionalidade alemã ou com um cartão de residência no país podem entrar na Alemanha, caso viagem de uma destas zonas.