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Tiago merecia o golo. Tiago merece tudo (a crónica do Tondela-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

Mais uma vez sem Paulinho, Tiago Tomás teve de fazer tudo. O que sabe, o que está a aprender, o que vai melhorando, o que não consegue. Foi assim que deu mais a vitória ao Sporting em Tondela (0-1).

Tiago Tomás marcou o único golo do encontro a menos de dez minutos do final, naquele que foi o 17.º golo dos leões no Campeonato no último quarto de hora
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Tiago Tomás marcou o único golo do encontro a menos de dez minutos do final, naquele que foi o 17.º golo dos leões no Campeonato no último quarto de hora

Getty Images

Tiago Tomás marcou o único golo do encontro a menos de dez minutos do final, naquele que foi o 17.º golo dos leões no Campeonato no último quarto de hora

Getty Images

Um aviso, dois avisos, vários avisos. Com o passar das jornadas, a pressão sobre o Sporting pela liderança e pelo maior jejum sem vencer o Campeonato vai aumentando e a última vitória frente ao Santa Clara foi um exemplo paradigmático disso mesmo com a exibição globalmente menos conseguida da segunda volta a ser resgatada por mais um golo nos descontos de Coates. No entanto, a semana esteve longe de ser calma em Alvalade, com algumas notícias de acusações e processos a vários elementos incluindo Rúben Amorim, que incorre na possibilidade de ser suspenso de um a seis anos da sua atividade por fraude na inscrição do técnico feita pelo conjunto leonino.

Sporting vence em Tondela com golo de Tiago Tomás aos 81′ e reforça liderança da Liga

“Posso garantir que não houve incumprimento. Estou de consciência tranquila, o Sporting também e não tememos nada. A minha preocupação foi igual a quando saiu a acusação ao Palhinha. Perguntei aos advogados se podia estar contra no jogo contra o Tondela, disseram que sim e o foco está no próximo jogo. Não tenho qualquer receio sobre isto, já passei por isto numa altura mais difícil da vida, sem esta ajuda. Na primeira vez que me aconteceu isto o Casa Pia subiu à Segunda Liga, pode ser bom pronúncio. Isto já aconteceu com outros colegas, houve outros que não tiveram qualquer problema, mas temos gente a tratar destes assuntos mesmo em relação a jogadores nossos que levaram outros processos. A resposta a tudo isso é ganhar ao Tondela, é a melhor maneira de responder a tudo. Ganhando está tudo bem”, comentou a esse propósito Rúben Amorim, na conferência de antevisão.

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Antes, várias vozes tinham saída em defesa do treinador, que até foi eleito pelos seus companheiros de profissão como o Melhor Treinador da Liga em fevereiro (cinco vitórias e um empate no Dragão). Incluindo vozes afetas a outros clubes. No entanto, houve um outro fenómeno, em paralelo com a notícia dos processos a João Palhinha, Luís Neto, Feddal e Hugo Viana ainda no âmbito das incidências no final da partida em Famalicão, no início de dezembro, que pareceu fazer rejuvenescer a frase que se tornou uma espécie de lema para a campanha verde e branca e que nasceu nesse mesmo jogo por essa mesma confusão junto à zona de acesso aos balneários: “Onde vai um, vão todos”. Mas se todo esse ruído era utilizado como fator de motivação em termos internos, havia outros pontos em campo que teriam de ser diferentes perante a valia de um Tondela com duas faces na Liga.

“O Tondela é uma equipa diferente em casa e fora. Sente-se confortável em casa e é a sexta melhor no seu terreno no Campeonato. Tem um comportamento diferente na intensidade em casa e fora. Vamos ter um jogo muito complicado. Também queremos melhorar e o Tondela tem um sistema tático idêntico a nós. O seu treinador já disse que poderá ter um bloco mais baixo e teremos de ter cuidado com os três jogadores da frente, trabalhámos isso esta semana. É preciso ter cuidado nas transições, manter o foco defensivo e melhorar ofensivamente”, pedira Amorim no lançamento da partida, antes de uma viagem para Viseu, onde a equipa pernoitou na véspera do jogo, com direito a fogo de artifício e muito apoio não só à chegada mas em parte do trajeto feito pela A1.

Em Alvalade, na primeira volta, o Sporting fez um dos melhores jogos da temporada. Agora, em Tondela, repetiu uma das menos conseguidas. Defensivamente a equipa voltou a estar mais estável à exceção de um período após o intervalo, ofensivamente voltou a criar poucas oportunidades. Era necessário um “herói” e ele apareceu.

Com a lesão de Paulinho, Tiago Tomás é a única referência ofensiva dos leões no ataque ao Campeonato. Em condições normais, seria uma opção até em conjunto com a contratação mais cara de sempre do clube, mediante aquilo que Rúben Amorim pretendesse no ataque. Agora, neste contexto, o avançado tem de fazer tudo. O que sabe fazer, o que está a aprender a fazer, o que vai melhorando a fazer, o que ainda não consegue fazer. Foi assim, por exemplo, que falhou uma oportunidade flagrante no final da primeira parte, quando fechou os olhos antes de cabecear e desviou por cima sozinho em zona de golo e com Trigueira fora do lance. Foi assim, por exemplo, que chegou atrasado num dos bons lances de envolvência com cruzamento na direita para o toque final. Mas o jovem que tem ainda idade de júnior não estagna perante os problemas e tenta ultrapassá-los de outra forma. Com entrega, com velocidade a cair nas linhas, a desgastar defesas na profundidade e na pressão sem bola. E foi com essa crença que marcou o único golo. TT merecia o golo pelo que faz, TT merece tudo pelo que tem vindo a fazer. E o Sporting somou mais um triunfo frente a um Tondela que deixou uma boa imagem.

Ficha de jogo

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Tondela-Sporting, 0-1

23.ª jornada da Primeira Liga

Estádio João Cardoso, em Tondela

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Tondela: Trigueira; Tiago Almeida, Yohan Tavares, Ricardo Alves (Enzo Martínez, 63′), Filipe Ferreira; Jaquité (Jaume Grau, 74′), João Pedro, Olabe (Pedro Augusto, 80′); Murillo (Rafael Barbosa, 80′), Khacef (Salvador Agra, 63′) e Mario González

Suplentes não utilizados: Babacar Niasse, Medioub, Telmo Arcanjo e Souley

Treinador: Paco Ayestaran

Sporting: Adán; Gonçalo Inácio, Coates, Feddal (Matheus Reis, 73′); Pedro Porro (Bruno Tabata, 73′), João Palhinha, João Mário (Jovane Cabral, 73′), Nuno Mendes; Pedro Gonçalves (Matheus Nunes. 85′), Nuno Santos (Daniel Bragança, 60′) e Tiago Tomás

Suplentes não utilizados: Luís Maximiano, Luís Neto, João Pereira e Antunes

Treinador: Rúben Amorim

Golo: Tiago Tomás (81′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Khacef (41′), Coates (44′), Olabe (52′) e Ricardo Alves (61′); cartão vermelho a João Pereira (56′)

A análise de Rúben Amorim estava correta e os primeiros minutos do encontro mostraram não só o jogo seguro que o Sporting queria fazer em posse mas também a qualidade de organização do Tondela, com Khacef colocado como uma espécie de falso ala esquerdo para travar as subidas de Porro e dar largura na saída, e as zonas de pressão a deixarem jogar apenas na primeira fase de construção até ao total preenchimento de espaços sem bola, com essa particularidade de Murillo ser a unidade que subia mais nesse pressing para colocar Feddal a tentar circular pela direita. Com menos exploração da profundidade do que é habitual e as três unidades da frente com pouca bola, o primeiro remate dos leões, que coincidiu com o primeiro remate do encontro, surgiu já depois do primeiro quarto de hora e na sequência de um canto, com Porro a cruzar aberto na direita e Coates a desviar de cabeça à figura de Trigueira (17′). Pouco depois, Feddal tentou também fazer a diferença no jogo aéreo mas saiu por cima.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Tondela-Sporting em vídeo]

O Tondela defendia bem, o Tondela conseguiu depois ter duas saídas interessantes, aproveitando o espaço que às vezes ficava entre a linha defensiva verde e branca e os dois médios centrais, que se aproximavam das zonas de finalização para tentarem criar desequilíbrios. Numa das raras jogadas com os três avançados, Nuno Santos lançou longo em Pedro Gonçalves na direita, o melhor marcador da Liga amorteceu para Tiago Tomás mas o remate foi bem travado por Ricardo Alves, o esteio dos beirões no setor recuado (27′). No minuto seguinte, João Pedro, numa segunda bola ganha à entrada da área mas já muito pressionado, fez o único remate dos visitados na primeira parte muito por cima e o intervalo chegaria mesmo sem golos, depois de Tiago Tomás ter desperdiçado a única chance flagrante da primeira parte num cabeceamento onde fechou os olhos e a bola saiu por cima (43′).

Se os leões já tinham encontrado muitas dificuldades na primeira parte por aquilo que não conseguiram fazer em termos ofensivos, maiores dificuldades tiveram no arranque do segundo tempo por aquilo que deixaram de fazer no plano defensivo com e sem bola com Murillo em destaque: primeiro o venezuelano conseguiu ganhar espaço pela direita numa transição e rematou para defesa de Adán (51′), depois conseguiu roubar uma bola ainda no primeiro terço dos leões a Feddal, foi à linha cruzar e Mario González falhou sozinho na área o desvio depois de ter havido um ligeiro desvio na trajetória do passe (53′). O Sporting não tinha marcado golos pelo terceiro jogo consecutivo até ao intervalo e corria o risco de sofrer perante um Tondela que tinha uma maior projeção ofensiva.

Numa primeira tentativa de mexer com o jogo, Rúben Amorim, que entretanto viu João Pereira ser expulso no banco com vermelho direto após protestar com uma falta não assinalada sobre Tiago Tomás perto da área, tirou Nuno Santos e lançou Daniel Bragança, colocando Pedro Gonçalves na esquerda e João Mário como falso ala na direita contando com as subidas de Pedro Porro. Não funcionou. Veio uma segunda tentativa e, além da troca direta de Feddal por Matheus Reis, o técnico abdicou de Porro e João Mário para colocar Bruno Tabata e Jovane Cabral em campo, tentando dar outra criatividade ao corredor direito e ganhando meia distância nos remates de fora. O antigo avançado do Portimonense ainda mexeu com o ataque mas o golo decisivo seria mesmo de Tiago Tomás, a receber uma assistência de Pedro Gonçalves após cruzamento de Nuno Mendes na esquerda e a “fuzilar” quase de raiva num jogo onde tentou tudo e as coisas não estavam a sair até esse momento.

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