Pela primeira vez esta temporada, o Benfica somou quatro vitórias consecutivas sem sofrer qualquer golo. Mais: nas últimas sete jornadas da Primeira Liga, o Benfica só sofreu um golo, contra o Moreirense, de grande penalidade. Quer isto dizer que Helton Leite não sofre um golo no Campeonato há 410 minutos e que a dupla Lucas Veríssimo/Otamendi, motivada pela chegada do brasileiro mas também pela lesão de Vertonghen, está a funcionar.

Diogo Gonçalves apareceu e pôs a cabeça de fora. E a equipa também (a crónica do Benfica-Boavista)

“A entrada do Lucas estabilizou a zona central, que ninguém duvide disso. Mais uma vez mostrou que o Benfica acertou na contratação de um grande central”, disse Jorge Jesus na flash interview, onde acabou por reconhecer que a expulsão de Chidozie aos 8 minutos tornou o jogo mais simples do que era inicialmente. “Entre aspas, este jogo foi mais fácil do que pensava. Julgava que ia ser mais difícil. De qualquer forma, a expulsão cedo no Boavista fez com que praticamente não conseguisse ter outro momento no jogo, o contra-ataque ou a transição posicional (…) A equipa foi gerindo, estava confiante e sentiu que podia fazer golo a qualquer momento. Deveria ter feito mais, acelerado em busca do 3-0, 4-0… Foi mais uma vitória sem sofrer golos. Estamos satisfeitos pela vitória e nota-se que há jogadores que estão a ficar melhor, a crescer individualmente, a sua forma cresce e a equipa fica melhor. Parabéns aos jogadores e agora há que pensar no próximo jogo”, detalhou o treinador. Próximo jogo que implica uma complexa deslocação a Braga e que pode tornar-se muito importante nas contas do pódio da classificação.

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O resultado positivo deste sábado, na Luz e contra o Boavista, junta-se então às vitórias contra o Rio Ave, o Estoril e o Belenenses SAD e tornam o período atual o mais vitorioso dos encarnados em 2021 — confirmando a teoria de Jorge Jesus, apresentada nas últimas duas semanas, de que a equipa estava finalmente a regressar aos seus melhores dias depois do impacto do surto de Covid-19.

Também na flash, Jesus acabou por comentar o lance em que Taarabt viu cartão amarelo — por uma alegada mão na cara de Gustavo Sauer, numa jogada que motivou muitos protestos do banco do Benfica e levou também a um amarelo visto pelo adjunto João de Deus. “Os árbitros refugiam-se nesta nova lei do contacto. Tudo o que é contacto, marcam falta. Não interessa se é a favor do Benfica ou não. No futebol, que eu saiba, as leis dizem que pode haver contacto. Isto não é basquetebol! No basquetebol é que não pode haver contacto e, mesmo assim, quando dois jogadores se encontram na disputa da bola há contacto. No futebol, quando há contacto, tudo o que sejam lances a cobrir espaço… Os árbitros não entendem nada disto, como não jogaram… Não têm conhecimento do jogo, só das leis, mas o jogo tem coisas para além das leis. Os árbitros deviam fazer uma reciclagem com as pessoas do futebol, para explicar que há momentos do jogo em que as leis são o menos importante. Não é só em Portugal, porque noutros países acontece o mesmo”, explicou, acabando por criticar as faltas que são conquistadas pelos jogadores, num tópico que já tinha abordado anteriormente.

“Qualquer coisinha, o jogador protege o espaço, não é ele quem toca, eles é que vão com a cara e os braços e depois ‘ai!’. Os árbitros vão atrás mas têm tempo para reverter, têm o VAR… Para além disso, na jogada do Adel [Taarabt], ele tem de deixar acabar a jogada. Não deixou acabar. Penso que todos têm de conversar, porque de certeza que o nosso futebol vai melhorar. O grande problema são estas discussões sobre os árbitros. Todos se queixam. Se pensarmos todos, o que é que está errado aqui para todos nos queixarmos deles?. Temos de ir ao encontro disso. Se fossem só dois ou três, mas todos se queixam… O que é que está errado?”, questionou Jesus.