A iniciativa “Corrente do bem” ajudou, em três meses, 511 famílias em Portugal, disse este domingo à agência Lusa o fundador do projeto, André Costa.

Tudo começou, recorda André Costa, depois de ter recebido uma mensagem por telemóvel de um vizinho a perguntar-lhe se tinha “sobras do jantar”, pois ele não tinha “comida para dar às filhas”.

André Costa, de 21 anos, residente no Porto, cozinheiro de profissão, decidiu então publicar em duas redes sociais a mensagem do vizinho, pedindo a quem estivesse “a passar uma situação semelhante” que o informasse, afirmando que não seria “um pacote de arroz” que iria “fazer falta no [seu] orçamento familiar”.

Esta publicação tornou-se viral (foi republicado por vários seguidores do André Costa) e a quantidade de pedidos por parte das famílias “obrigou à criação de uma página na rede social do Instagram e do Facebook”.

As doações são feitas através de pontos de recolha, estabelecidos de acordo com a cidade. As famílias são ajudadas com dois cabazes, um de bens alimentares e outro de higiene.

No entanto, a equipa de voluntários, atendendo às necessidades do agregado familiar, também faz entregas de roupa, de livros e de outros bens.

“O objetivo do nosso projeto passa por ajudar até ao ponto de sermos ajudados, se as pessoas continuarem a ajudar-nos e a doar coisas para que seja possível ajudar as famílias, nós vamos até onde for preciso”, afirma André Costa à agência Lusa.

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A iniciativa conta já com 150 voluntários, com idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos, distribuídos pelas regiões de Braga, do Porto, de Aveiro, de Coimbra, de Lisboa, do Alentejo e do Algarve.

Os pedidos são geridos por três pessoas, que encaminham os pedidos para os voluntários de cada região. A equipa que gere o projeto tentou contactar grandes superfícies para ajudar na iniciativa, mas não obteve qualquer resposta. As regiões de Coimbra, Alentejo e Algarve foram as últimas a entrar neste projeto.

No entanto, no caso de Coimbra, o projeto tem uma semana e conta com um grupo de 25 voluntários que já ajudaram sete famílias.

As redes sociais são a única via para “pedir ajuda”: a rede social Facebook conta com 1.900 seguidores e a rede social Instagram com 1.591 seguidores.