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Pepe, como os melhores, é inevitável. Seja em Turim, seja no Dragão (a crónica do FC Porto-P. Ferreira)

Este artigo tem mais de 3 anos

Depois da exibição monstruosa de Turim, Pepe voltou a ser enorme no Dragão. O capitão do FC Porto é como os melhores, inevitável: e abriu a difícil vitória contra o P. Ferreira (2-0).

FC Porto v FC Pacos de Ferreira - Liga NOS
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O central português abriu o marcador já na segunda parte

Getty Images

O central português abriu o marcador já na segunda parte

Getty Images

O jogo do FC Porto, na passada terça-feira, foi épico. E foi épico porque foi uma equipa portuguesa a batalhar contra um gigante europeu, durante 120 minutos, com menos um jogador e sem o selo invisível do favoritismo. E, no fim, a equipa portuguesa ganhou. E um dos líderes dessa equipa portuguesa, ele próprio um internacional português, marcou dois golos e correu de braços abertos até ser engolido pelos colegas. Foi um daqueles jogos épicos que mobiliza os adeptos da equipa que está em campo, os adeptos portugueses que gostam verdadeiramente de futebol e até os adeptos estrangeiros que não ficam imunes ao conto de fadas. E um jogo desses, naturalmente, cria euforia. Que era exatamente aquilo que Sérgio Conceição queria evitar. 

“É nestes momentos de mais euforia externa que eu mais me preocupo. Porque os jogadores, muitas vezes, são influenciados por esse ambiente. É natural, eu compreendo, mas como mais experiente e líder da equipa, tenho de frisar que o grupo esteja consciente de que temos um jogo extremamente difícil amanhã [domingo]. Quando achamos que está tudo bem é que não está nada bem e, depois, temos alguns dissabores que eu não quero ter”, disse o treinador dos dragões na antecâmara da receção ao P. Ferreira, acrescentando que a equipa não estava “assim tão mal depois do jogo com o Sp. Braga”, que culminou na eliminação da Taça de Portugal, nem agora está “numa forma fantástica em que está tudo bem e passou tudo”.

Ficha de jogo

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FC Porto-P. Ferreira, 2-0

23.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

FC Porto: Marchesín, Manafá (Francisco Conceição, 71′), Mbemba, Pepe, Zaidu, Corona, Sérgio Oliveira, Uribe, Otávio (Grujic, 88′), Marega (Luis Díaz, 71′), Taremi (Toni Martínez, 81′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Nanu, Diogo Leite, Loum, Evanilson

Treinador: Sérgio Conceição

P. Ferreira: Jordi, Fernando Fonseca, Marcelo, Maracás, Pedro Rebocho, Luiz Carlos (João Pedro, 80′), Eustáquio, Bruno Costa (Martin Calderón, 84′), Hélder Ferreira (Zé Uilton, 74′), Douglas Tanque, Luther Singh (Adriano Castanheira, 80′)

Suplentes não utilizados: Michael Fracaro, Pedro Marques, A. Ibrahim, João Amaral, Dor Jan

Treinador: Pepa

Golos: Pepe (77′), Sérgio Oliveira (78′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Maracás (62′), a Bruno Costa (71′), a Francisco Conceição (90′)

Este domingo, o FC Porto recebia então o P. Ferreira, a equipa de Pepa que venceu os dragões na primeira volta e que tem sido a surpresa da temporada, permanecendo no quinto lugar e no encalço do Benfica. O conjunto de Sérgio Conceição, no terceiro lugar da classificação, sabia que estava obrigado a ganhar para não deixar fugir ainda mais o Sporting, que já tinha jogado e já tinha vencido, para manter a distância para o Benfica, que também já tinha jogado e também já tinha vencido, e para pressionar o Sp. Braga, que só jogava esta segunda-feira e que em caso de vitória do FC Porto cedia provisoriamente a segunda posição.

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O objetivo, tal como o treinador tinha dito, era superar a euforia externa e carimbar mais três pontos. E para isso, com toda a certeza, o FC Porto assentava no exemplo de Taremi — que foi expulso contra a Juventus, que deixou a equipa reduzida a dez elementos e que, logo depois do apito final em Turim, não conseguiu evitar as lágrimas enquanto abraçava Sérgio Conceição. “O que é que ele disse? São conversas muito nossas. Não ficava bem revelar o que ele disse. Mas ele sentiu que teve um momento menos bom, que coincidiu com um árbitro rigoroso e, por isso, disse que queria redimir-se já amanhã, a jogar com o P. Ferreira e a fazer golo”, contou o técnico, numa conferência de imprensa de antevisão algo atípica em que o clube só permitiu perguntas de três meios de comunicação social, encerrando as declarações antes de os restantes poderem fazer questões.

Sérgio Conceição não fazia qualquer alteração ao onze que na passada terça-feira eliminou a Juventus em Turim, mantendo Manafá e Zaidu nas laterais da defesa, Otávio e Corona a cair nas alas, a dupla Uribe/Sérgio Oliveira no meio-campo e Taremi no ataque, perto de Marega. Do outro lado e com Marco Baixinho lesionado, Pepa seguia o exemplo do colega de profissão e também não fazia mudanças nas opções iniciais que venceram o Nacional na jornada anterior, apostando em Luther Singh, Douglas Tanque e Hélder Ferreira na zona mais ofensiva, com Bruno Costa, Eustáquio e Luiz Carlos no setor intermédio.

Numa primeira parte disputada a um ritmo baixo e pouco intenso, o FC Porto teve sempre mais bola mas raramente conseguiu fazer alguma coisa com ela. Taremi protagonizou o primeiro remate dos dragões, com um cabeceamento perigoso por cima da trave na sequência de um canto (6′), mas a equipa de Sérgio Conceição nunca conseguiu realmente ultrapassar a organização defensiva do P. Ferreira. O FC Porto tinha o ascendente natural da partida, tinha a iniciativa natural da partida mas tudo isso era também permitido pelo conjunto de Pepa, que pressionava muito alto e tentava manter a equipa espalhada, sem reduzir os setores aos últimos 30 metros do próprio meio-campo.

O grande mérito dos dragões pautava-se pelo facto de impedir que o P. Ferreira soltasse a transição rápida — nos escassos momentos em que isso aconteceu, na altura da meia-hora, Hélder Ferreira deu muito trabalho a Zaidu no corredor direito dos pacenses. O lateral esquerdo do FC Porto estava muito envolvido no ataque, com combinações constantes com Corona, mas demonstrava algumas fragilidades na hora de defender e era muitas vezes apoiado por Uribe. Marega rematou contra a defesa do P. Ferreira (25′), Uribe atirou muito por cima (37′), Sérgio Oliveira falhou o desvio de cabeça ao segundo poste (39′) e Pepe rematou à malha lateral na sequência de um livre (42′): mas nenhum desses momentos provocou verdadeiros calafrios à defesa adversária, o que permitia que a equipa de Pepa se mantivesse confortável.

O jogo chegou ao intervalo sem golos e sem oportunidades claras de golo, depois de 45 minutos muito disputados mas a um ritmo lento, entre duas equipas muito bem posicionadas e sem vontade de abrir espaços. Se o mérito do FC Porto era impedir o contra-ataque do P. Ferreira, o mérito do P. Ferreira era raramente perder a bola no próprio meio-campo, o que impedia os dragões de avançar em superioridade numérica ou beneficiar de bolas paradas perigosas. Para a segunda parte, ficava a dúvida sobre o que teria Sérgio Conceição de fazer para encontrar o caminho para a baliza de Jordi.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-P. Ferreira:]

Sem que nenhum dos treinadores tivesse feito alterações ao intervalo, o FC Porto voltou mais intenso para a segunda parte. Em dez minutos, os dragões causaram mais problemas ao P. Ferreira do que durante todo o primeiro tempo, entre um lance em que Mbemba acertou no poste quando tentava cruzar (54′) e um remate de Marega para defesa de Jordi (58′). O ímpeto inicial da equipa de Sérgio Conceição foi travado por uma enorme oportunidade de Marcelo, que viu Marchesín roubar-lhe o golo com uma grande defesa depois de um livre batido na esquerda (62′), e os pacenses assentaram nesse lance para tentar voltar a discutir e disputar o jogo.

O FC Porto estava novamente a cair na passividade e na lentidão no último terço — Corona não conseguia desequilibrar no um para um, Taremi e Marega tinham pouca bola e Otávio tinha de recuar muito para procurar bola — e o treinador dos dragões decidiu mexer. A cerca de 20 minutos do apito final, Francisco Conceição e Luis Díaz entraram para os lugares de Manafá e Marega e o FC Porto começou a arriscar com a intenção e chegar finalmente ao golo. Corona recuou para a direita da defesa, Conceição passou a jogar à frente do mexicano e Díaz juntou-se a Taremi no ataque, embora sempre mais móvel do que o iraniano. Pepa respondeu com a entrada de Zé Uilton, que inicialmente ia render Luther Singh mas acabou por substituir Hélder Ferreira, que ficou em dificuldades físicas depois de um duelo, com o avançado sul-africano a permanecer em campo.

E de repente, em dois minutos, tudo mudou. Sérgio Oliveira bateu um pontapé de canto na esquerda e Pepe, ao primeiro poste, foi mais forte do que Douglas Tanque e desviou para o poste mais distante (77′). O central abriu o marcador com o segundo golo da temporada e, logo depois, Sérgio Oliveira aumentou a vantagem e sentenciou a partida: o médio rematou de muito longe e Jordi acabou por ficar mal na fotografia, já que segurou a bola numa primeira ocasião mas permitiu que esta entrasse na baliza (78′). Em dois minutos, o FC Porto resolveu um jogo que estava muito complexo e carimbou mais três pontos.

Os dragões subiram novamente ao segundo lugar de forma provisória, esperando agora pelo resultado do Sp. Braga contra o Famalicão esta segunda-feira para perceber se voltam a cair para a terceira posição. Pelo meio, Pepe voltou a ser decisivo: e mostrou que a exibição em Turim, contra a Juventus, esteve longe de ser uma ocasião isolada. Pepe, como só os melhores, é inevitável.

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