O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, considerou este domingo ser “imperativo” o país atingir a meta de vacinar 70% da população ainda este ano para retomar a confiança na economia e o crescimento de emprego.

“É um imperativo para Cabo Verde conseguir atingir a meta de mais de 70% da população vacinada ainda em 2021”, afirmou o chefe do Governo, no ato oficial da chegada das primeiras vacinas ao país, que decorreu na cidade da Praia.

Para o primeiro-ministro, a retoma da confiança na economia e do crescimento de emprego está muito dependente desta meta, num país aberto ao mundo e com economia virada para o turismo.

A nova meta de vacinar 70% da população foi avançada na sexta-feira por Ulisses Correia e Silva, durante a chegada ao país do primeiro lote de 24 mil vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca.

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E hoje chegaram mais 5.850 doses da Pfizer e o primeiro-ministro antecipou em um dia o arranque da campanha de vacinação arranca a nível nacional para 18 de março.

Além dos donativos, disse hoje que o Governo vai investir “todos os recursos que forem necessários” para ter acesso mais acesso às vacinas.

“O bom combate que país tem dado ao coronavírus merece ser coroado de uma forma evidente e determinada, que é imunizar a população e posicionar Cabo Verde como um país seguro e confiável do ponto de vista sanitário”, afirmou.

O plano nacional de vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde prioriza em primeiro lugar os profissionais da saúde e ainda pessoas com doenças crónicas, idosos, professores, profissionais hoteleiros, ligados ao turismo e das fronteiras, polícias, militares e bombeiros.

Para o efeito, “será necessária a aquisição de 267.293 doses” de vacina para a população alvo prioritária, num total de 111.372 pessoas, “e pretende-se vacinar até 2023 um total de 60% da população, sendo 20% em 2021, 20% em 2022 e 20% em 2023”.

As doses recebidas até agora pelo arquipélago inserem-se num total de 108 mil que vão ser fornecidas pela AstraZeneca ao abrigo da Covax, e na sexta-feira o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que brevemente vão chegar mais 80 mil da mesma farmacêutica, além das agora entregues pela Pfizer.

Angola tornou-se no primeiro país de língua portuguesa em África a receber vacinas contra a covid-19 (624.000 doses) ao abrigo da Covax, que pretende entregar 90 milhões de doses de vacinas no continente africano até final deste mês.

Até ao final de maio, o planeamento prevê a entrega de 237 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca e de 1,2 milhões de doses da vacina Pfizer.

Fundada pela OMS, em parceria com a Vaccine Alliance (Gavi, presidida pelo antigo primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), a Covax pretende garantir a vacinação a 20% da população de 200 países e tem acordos com fabricantes para o fornecimento de dois mil milhões de doses em 2021 e a possibilidade de comprar ainda mais mil milhões.

Cabo Verde regista um acumulado de 16.101 casos positivos acumulados desde 19 de março de 2020, dos quais 156 óbitos e tem 480 casos ativos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.