A escultora de Nova Orleães (Estados Unidos) Lin Emery, cujas obras de um movimento delicadamente equilibrado podem ser encontradas em várias partes do mundo, morreu na última quinta-feira (dia 11), aos 94 anos. A informação foi confirmada pelo filho da escultora, Brooks Braselman.

Ela queria transmitir o movimento da natureza. Ela adorava o movimento e a dança. Tudo o que estivesse relacionado com o movimento. Ela queria pegar nas forças da natureza e colocá-las na sua arte”, disse o filho de Emery. A “marca” de Emery são as esculturas com materiais metálicos que refletiam a natureza que as rodeava.

Emery também foi uma das primeiras escultoras a vencer a discriminação de uma área dominada por homens e a construir uma carreira de sucesso. A artista trabalhou até aos 90 anos no seu estúdio, em Nova Orleães, concebendo peças para hospitais, cidades e clientes privados. Questionada em 2016 sobre se havia alguma peça que guardava com um apreço especial, Emery descartou essa ideia: “Na realidade, não. Estou sempre a tentar fazer melhor.”

A carreira de Emery começou quando tinha 23 anos, enquanto deambulava por Paris, onde começou por ter aulas e acabou por encontrar uma paixão vitalícia. No seu percurso também estão dois anos no Centro de Escultura de Nova Iorque, onde aprendeu a moldar o metal para as peças que a celebrizaram.

Já em Nova Orleães, um arquiteto viu a criação abstrata que fez do “Arcanjo Miguel” — com cerca de um metro de altura –, em 1952, com ângulos redondos que sugeriam a imagem de asas, e pediu-lhe que compusesse uma peça mais realística para uma igreja que estava a desenhar. Seguiu-se uma carreira recheada de comissões em que se procurava a simbiose entre o metal, a natureza, o abstrato e o realista.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR