O Ministério das Infraestruturas pede uma resposta formal por parte do maior acionista da Groundforce à proposta de aumento de capital feita pela TAP. Em nota oficial, e em reação às declarações de Alfredo Casimiro de que estaria disponível para avançar também com um aumento de capital, mas em termos distintos, o ministério fez que saber que aguarda que a referida operação seja formalizada rapidamente. A empresa de handling tem uma parte dos salários de fevereiro em atraso e não tem, neste momento, assegurados os recursos para pagar as remunerações de março.

“É importante que o sócio maioritário da Groundforce responda oficialmente à proposta do Grupo TAP com aquelas que são as suas intenções neste processo, para que se possa o quanto antes resolver a situação dramática que se vive na empresa”.

“Os trabalhadores da Groundforce não podem continuar à espera que Alfredo Casimiro viabilize, de uma vez por todas, a resolução desta situação, uma vez que a perda de salário afeta cerca de duas mil famílias neste momento”.

Em declarações ao jornal Eco, Alfredo Casimiro, que controla 50,1% da Grounforce, afirmou que estava disponível para convocar uma assembleia geral para deliberar um aumento de capital na empresa que poderia vir a acompanhar. No entanto, sublinha que está aberto a uma operação nos “termos da lei”, sem esclarecer qual a resposta concreta à proposta feita pela TAP.

Este domingo a TAP, acionista minoritária e principal cliente da Groundforce, propôs injetar 6,9 milhões de euros na empresa em dificuldades financeiras, via aumento de capital que seria exclusivamente subscrito pela transportadora aérea. Nos termos propostos, a TAP passaria a ser a maior acionista da empresa de handling com consequências a nível da gestão da Groundforce.

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TAP propõe injeção de 7 milhões no capital da Groundforce para pagar salários e assumir controlo da empresa

Apesar da proposta divulgada excluir à partida a participação do acionista maioritário, a Pasogal de Alfredo Casimiro, fonte conhecedora do dossiê explicou ao Observador que existe abertura para negociar um aumento de capital subscrito pelas duas partes que não resulte necessariamente numa diluição da participação do empresário. No entanto, existe também a dúvida sobre a disponibilidade financeira da Pasogal (ou vontade do seu acionista) em acompanhar a operação, na medida em que apenas a TAP, acionista minoritária, tem vindo a avançar fundos à Groundforce através do pagamento adiantado de serviços de handling.

O impasse que se vive na empresa, e cuja consequência mais visível é o não pagamento total dos salários de fevereiro, resultou da TAP e do Governo terem recusado continuar a avançar dinheiro à Groundforce sem obter a contrapartida de uma garantia para esses empréstimos. E depois de se ter verificado que as ações que Alfredo Casimiro tinha na empresa já não podiam ser dadas como colateral porque estavam hipotecadas a outros credores.