O advogado e empresário Álvaro Viegas é o candidato do PSD à Câmara de Olhão nas próximas eleições autárquicas, assumindo que está na corrida eleitoral “para ganhar” e “acabar com 45 anos de gestão socialista”.

Em declarações à agência Lusa, o candidato do PSD afirmou querer propor aos munícipes uma “mudança de paradigma” num concelho em que o PS saiu com a sua posição reforçada nas eleições autárquicas de 2017, conquistando maioria absoluta com cinco dos sete eleitos.

Em 16 câmaras municipais [do distrito de Faro], Olhão e Portimão são os únicos concelhos do Algarve que mantêm a gestão dos mesmos partidos há 45 anos. Acho que não é vantajoso para o próprio município não ter a oportunidade de outras pessoas poderem apresentar outra estratégia e um projeto alternativo”, defendeu.

Residente em Olhão, Álvaro Viegas, empresário e advogado de 57 anos, tem um percurso ligado ao associativismo, tendo sido presidente da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) em dois períodos (1999/2002 2016/2019).

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Atualmente é presidente das Assembleias-Gerais da ACRAL e da Associação de Turismo do Algarve (ATA), assim como da delegação de Olhão da Ordem dos Advogados.

Álvaro Viegas considerou que o desenvolvimento dos últimos anos no concelho foi alcançado “muito por força do setor privado” e defendeu a necessidade de a autarquia começar a “acompanhar o mesmo ritmo” e apostar na requalificação urbana, numa “circular que retire o trânsito da Estrada Nacional 125 da cidade” e em “acabar com a poluição na Ria Formosa”.

A cidade continua com edificado urbano completamente degradado, é das cidades do Algarve em que a zona histórica e a malha urbana se encontram mais degradadas e a Câmara tem o dever e papel de mediação para, com os privados e proprietários, fazer uma renovação da nossa cidade”, afirmou o candidato.

A mesma fonte considerou que Olhão tem o “problema gravíssimo” do trânsito da Estrada Nacional 125 passar numa das principais artérias da cidade e gostava de um dia ver as “pessoas a passear” nessa rua, que atravessa a zona norte de Olhão.

“A cidade precisa urgentemente de uma circular, que é anunciada de quatro em quatro anos – já o tinha sido em 2013, em 2017 e volta a ser outra vez anunciada em ano de eleições -, e esta é uma obra estruturante para o concelho e para a cidade”, argumentou.

Há “outra obra estruturante desde há décadas” necessária, segundo Álvaro Viegas, que “tem a ver com a despoluição da Ria Formosa” e o investimento em infraestruturas de saneamento básico.

“É um crime ambiental aquilo que acontece. Temos uma autarquia e uma gestão socialista que não foi capaz de resolver em 45 anos o problema do desaguamento dos esgotos domésticos diretamente na Ria Formosa”, criticou.

Álvaro Viegas defendeu que o orçamento municipal devia anualmente prever “uma verba substancial” para, “nos próximos 10 anos, ter o problema da poluição totalmente resolvido na Ria Formosa”. Questionado sobre as suas possibilidades de ser eleito perante a recandidatura do atual presidente, o socialista António Miguel Pina, que deverá candidatar-se a um terceiro mandato, o candidato do PSD assegurou que, quando aceita desafios, “é para ganhar” e “não para empatar o jogo ou perder por poucos”.

Segundo Álvaro Viegas, os olhanenses “estão cansados” da gestão do PS e “é preciso mudar de paradigma” e deixar de ter um concelho onde se contabiliza o maior número de “dependentes do rendimento [social de inserção]” do distrito de Faro para ter um município “empreendedor e capacidade de atrair empresas viradas para energia, solar e eólica, para a indústria do mar”.

Olhão é um município do sotavento algarvio com cerca de 45 mil habitantes, conta com quatro freguesias e está situado frente aos principais núcleos habitacionais das ilhas barreira da Ria Formosa.