A Comissão Económica da ONU para África melhorou, esta quarta-feira, as previsões de crescimento económico para o continente, antecipando agora uma expansão que pode chegar a 3,1%, depois de uma recessão no ano passado.

“Depois da recessão de entre 1,8% a 5,4% no ano passado, há riscos que o continente enfrentou e que vai enfrentar este ano, como a segunda vaga da pandemia, os preços baixos e os conflitos em muitos países, mas as previsões para 2021 são mais positivas e estimamos um crescimento de entre 0,4% até 3,1%”, disse o responsável pelo departamento de análise macroeconómica e governação.

Na sua intervenção na sessão de abertura da 53ª Sessão da ECA, com o título ‘A Industrialização Sustentável e a Diversificação na Era Digital no Contexto da Covid-19’, Hopestone Chavula destacou que “a dívida aumentou devido às necessidades de financiamento” e apresentou um conjunto de prioridades em termos de política económica que os países devem seguir para acelerar a retoma económica.

Os países africanos, defendeu, devem implementar “políticas que encorajem os investimentos verdes para aumentar a produtividade e facilitar uma recuperação sustentável pós-pandemia e atingir uma industrialização sustentável”, além de apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME) e “fortalecer os sistemas de proteção social para revitalizar os rendimentos”.

Na intervenção, o responsável da UNECA assumiu que “há necessidade de apoio da comunidade internacional para lidar com os constrangimentos de liquidez e promover a recuperação económica”, elencando a “nova emissão e realocação dos Direitos Especiais de Saque (DES), os custos mais baixos do crédito, reestruturações ordeiras de dívida e recapitalização dos bancos multilaterais de desenvolvimento” como fundamentais para a recuperação do continente.

África regista mais de 108 mil mortes associadas à Covid-19 e mais de 4 milhões de infetados pelo coronavírus SARS-CoV-2, desde o início da pandemia no continente, em fevereiro do ano passado.

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