Em 2020 foram registados pela GNR e PSP 1.460 ataques de cães. Uma média de quatro ataques por dia, com as áreas metropolitanas (patrulhadas pela PSP) a registar 1.031 dessas situações. Veterinários alertam para necessidade de tomar medidas para diminuir o número de animais abandonados — errantes —, que pode ajudar também a diminuir o número de ataques registados.

Os números são avançados na edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias que ouviu também os lamentos do Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, sobre a falta de respostas do Governo para o problema dos animais errantes, que se agudizou depois da entrada em vigor da lei que proíbe o abate nos canis.

“Temos de perceber o número real de animais de companhia e a sua distribuição pelo território nacional, se queremos aplicar com mais eficácia qualquer medida de combate ao abandono de animais errantes”, afirmou Jorge Cid acrescentando que “está nas mãos do Governo aplicar de forma urgente as medidas”.

Os números relativos ao primeiro mês deste ano indicam uma quebra no número de ataques, mas a leitura poderá estar condicionada uma vez que no início do ano passado o país não se encontrava numa situação de confinamento, como a deste ano.

Segundo os registos de 2020, na PSP a maioria dos ataques registados aconteceu na via pública enquanto as queixas que a GNR recebeu reportam maioritariamente a ataques em zonas privadas. Dos 429 registados pela GNR, 402 foram de cães de raça potencialmente perigosa, com 85 casos a terem ocorrido em Viseu (apenas um deles não era de raça potencialmente perigosa), o distrito com maior número de ataques registado. Em Setúbal foram registados 38 ataques, quase tantos como em Aveiro (37), em Portalegre cinco, em Beja oito e Porto e Coimbra tiveram cada um nove ataques.

A falta de treino de cães das raças identificadas na legislação (Cão de Fila Brasileiro, Dogue Argentino, Pitbull Terrier, Rottweiler, Staffordshire Terrier americano, Staffordshire Bull Terrier e Tosa Inu) ou o passeio na via pública sem açaime ou trela superior a um metro pode dar origem a uma multa de 750 euros. Segundo os dados da GNR, o ano passado foram multados 34 donos de cães, sendo que 22 deles passeavam os animais na via pública sem açaime ou trela.

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