O presidente executivo do Banco CTT afirmou, em entrevista à Lusa, que as moratórias “serão ou não” um problema para a banca em função da evolução económica e considerou que o atual contexto “incentiva a consolidações” no setor.

Luís Pereira Coutinho falava à Lusa a propósito dos cinco anos de vida do Banco CTT, que são assinalados esta quinta-feira. Questionado sobre o impacto das moratórias nos bancos, o presidente do Banco CTT adiantou que estas “não são o problema”, mas antes “um sintoma de um problema”. Trata-se de um “problema de natureza económica, é a saúde económica do país” em que um dos sintomas “reflete-se na banca através das moratórias ou através de crédito em incumprimento”, prosseguiu Luís Pereira Coutinho.

“E por isso eu acho que o tema das moratórias, será ou não será um problema para a banca em função do que acontecer à evolução da economia”, considerou o gestor.

Se a economia conseguir “ter uma boa recuperação, se estes fundos europeus forem bem aplicados e conseguirem criar aqui uma onda positiva de recuperação económica, acho que as moratórias não constituirão um problema para o setor”, disse. Mas “se empurrarmos os problemas com a barriga e continuarmos com a economia completamente anémica, o problema das moratórias vai refletir-se nos balanços dos bancos”, salientou o presidente executivo do Banco CTT.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para Luís Pereira Coutinho, a baixa das taxas de juro vai manter-se “por algum tempo” e, portanto, é um “contexto bastante difícil para a banca”. O setor vive “um contexto regulatório cada vez mais apertado no sentido em que traz mais custos à banca e com exigências de capital cada vez mais elevadas”, a par de uma economia “com crescimento bastante anémico”. Nesse sentido, “a vida para o setor bancário é difícil”, considerou, salientando que estes são “os ingredientes para consolidações”. Agora, “se vão acontecer ou não, não faço ideia”, rematou Luís Pereira Coutinho.

No entanto, admitiu que o atual contexto “incentiva consolidações“, sejam elas entre bancos do mercado ou absorções de bancos por bancos europeus, nomeadamente espanhóis.

“Acho que isso vai estar em cima da mesa”, considerou Luís Pereira Coutinho. No caso do Banco CTT, o presidente executivo disse que a linha orientadora é de crescimento orgânico e com parcerias, embora a instituição não deixe de estar atenta a oportunidades que possam aparecer.