A Pasogal e a TAP não chegaram a acordo sobre o aumento de capital da Groundforce, de acordo com a TVI. A companhia aérea ficou, no entanto, de avaliar duas propostas do principal acionista da Pasogal, Alfredo Casimiro, que detém 50,1% das ações da Groundforce.

A reunião, de acordo com a televisão, teve a presença da Pasogal, da TAP e do Governo, representado por um assessor, mas foi inconclusiva, depois de cerca de duas horas e meia de discussão.

Estão em causa, segundo a televisão, a metodologia proposta para o aumento de capital, com a valorização da empresa a ter em conta a avaliação feita há três anos, mas atualizando com o impacto da pandemia. E ainda a proposta inicial da Pasogal, que tem estado a ser coordenada com o Montepio — um empréstimo até que fique disponível crédito do Banco de Fomento, que carece de autorização estatal. A ideia de aumento de capital partiu do Estado, e a Pasogal respondeu que estava disponível.

A Comissão de Trabalhadores da Groundforce já reagiu, em declarações à rádio Observador, acusando Alfredo Casimiro de irresponsabilidade social. “Está mais uma vez a fazer ouvidos moucos às 2.400 famílias que tem a cargo, e por quem é responsável. Portanto, mais uma vez, a sua responsabilidade social é zero”, atira Luísa Borba, que integra a comissão de trabalhadores. “É uma pessoa que olha apenas para o seu próprio umbigo”.

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Groundforce. “Casimiro só olha para o próprio umbigo”

Em causa está a débil situação financeira em que a pandemia deixou a Groundforce, que desde fevereiro ainda só pagou 500 euros aos seus 2.400 trabalhadores e que levou o CDS-PP e o Bloco de Esquerda a requerer a audição dos responsáveis das empresas e dos representantes dos trabalhadores.

Todas as partes vão ser ouvidas no parlamento esta quinta-feira, para darem explicações sobre a situação da empresa de ‘handling’ — o acionista maioritário da Groundforce, Alfredo Casimiro, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, os sindicatos e a Comissão de Trabalhadores.

Após várias manifestações na rua e dias de negociações entre os dois acionistas (Pasogal com 50,1% e TAP com 49,9%), está agora em cima da mesa um aumento de capital da empresa de 6,97 milhões de euros.

Os primeiros a serem ouvidos pela Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, pelas 14h30, são os representantes da Plataforma de Sindicatos de Terra do Grupo TAP, composta pelos Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), e Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA).

Seguem-se, pelas 15h30, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP), a Comissão de Trabalhadores dos Serviços Portugueses de Handling e o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA).

Às 16h30, os deputados ouvem o presidente do Conselho de Administração da Groundforce e administrador da Pasogal, Alfredo Casimiro, seguindo-se, pelas 18h00, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho.

A CT da Groundforce promove na manhã desta quinta-feira mais uma manifestação, no aeroporto de Lisboa, pelo pagamento dos salários e pela viabilidade da empresa, que dizem estratégica para a atividade da TAP e para a retoma do turismo.

A SPdH – Serviços Portugueses de Handling (conhecida comercialmente como Groundforce) é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, por sua vez, é detido em 72,5% pelo Estado português.