Não há vacinas suficientes para deter o avanço da “terceira vaga” na Alemanha, lamentou esta sexta-feira o ministro da Saúde, Jens Spahn, em conferência de imprensa onde admitiu a possibilidade de serem dados passos atrás no desconfinamento.

Jens Spahn indicou que não só é impossível atenuar as restrições como “é possível que tenhamos de dar passos atrás” em alguns aspetos. Os planos que existiam para prosseguir o desconfinamento nas próximas semanas ficam, assim, suspensos.

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Também esta sexta-feira, o Robert Koch Institute avisou que o número de infeções com o novo coronavírus está “a subir exponencialmente” no país.

O instituto que está a gerir a pandemia na Alemanha implorou às pessoas que não viajem no período da Páscoa, porque há um risco de que a Alemanha se veja numa situação semelhante ao período que se seguiu ao Natal.

Alemanha pode comprar vacina russa à margem do acordo europeu

O governo alemão admite comprar vacina russa Sputnik V à margem do acordo europeu, confirmou também Jens Spahn, o ministro da saúde da Alemanha, adiantando que as autoridades do país já estão em contacto direto com a Rússia para obter mais dados sobre a vacina.

“Consigo perfeitamente imaginar que possamos fechar contratos – e fechá-los rapidamente”, indicou Jens Spahn, em conferência de imprensa citada pela Reuters. E disse mais: “na verdade, sou muito favorável a que possamos fazer alguma coisa a nível nacional, se a União Europeia não fizer nada“.

A Alemanha surgiu nas últimas semanas como uma das principais defensoras da vacina russa, com Angela Merkel a dizer em fevereiro que “todas as vacinas são bem-vindas”. A vacina Sputnik V está sob avaliação da Agência Europeia do Medicamento desde 4 de março.

Em Portugal, o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da task force da vacinação, disse ontem defender “a aquisição de todas as vacinas que sejam possíveis trazer ao processo português, desde que tenham qualidade, as garantias necessárias de reguladores credíveis e possam ser administradas em território nacional”.

“Se tivermos a possibilidade de trazer mais vacinas, acelerando a proteção da população e contribuindo para libertar a economia e a sociedade da pandemia, julgo que todo o português de bom senso deseja isso”, disse Gouveia e Melo, em entrevista à Lusa.