Uma enfermeira de 27 anos morreu na Geórgia esta sexta-feira, dois dias depois de ter sido vacinada com o fármaco desenvolvido pela AstraZeneca/Universidade de Oxford contra a Covid-19. A mulher entrou em coma na quinta-feira em “resultado de uma reação alérgica severa à vacinação”, conta o El Español.
O anúncio foi feito por Bidzina Kulumbegov, imunologista envolvido no aconselhamento científico ao governo da Geórgia nas questões relativas à pandemia de Covid-19. Aquela é a conclusão “preliminar” dos médicos, que prometem respostas mais definitivas “em breve”.
Na quinta-feira passada, as autoridades de saúde norueguesas já tinham confirmado mais uma morte de alguém que, após ter sido vacinado com a AstraZeneca, desenvolveu coágulos sanguíneos. Houve seis casos reportados na Noruega com este quadro clínico e, até agora, dois resultaram em morte.
Também na última quinta-feira, as autoridades de saúde sueca atribuíram a morte de uma pessoa no domingo a uma reação grave à vacina da AstraZeneca, que terá provocado microtrombos nos vasos sanguíneos. Era um dos três profissionais de saúde internados no fim de semana em Oslo, todos com o mesmo quadro clínico.
“Fizemos várias descobertas que podem explicar a evolução clínica dos pacientes. As descobertas apoiam a nossa teoria de que eles tiveram uma forte resposta imunológica que desencadeou a formação de anticorpos, que por sua vez poderiam ativar as plaquetas e causar trombos”, descreveu Pål André Holme, chefe da equipa médica.
Foi na sequência de casos como estes que vários países da Europa suspenderam temporariamente a vacinação contra a Covid-19 com a AstraZeneca/Universidade de Oxford, com vista a esclarecer se existia ou não uma associação entre a coagulação sanguínea e a toma da vacina.
Depois de, na última quinta-feira, a Agência Europeia do Medicamento ter classificado a vacina como segura e eficaz, muitos desses país anunciaram que retomariam a vacinação — sendo Portugal um deles, mas não a Suécia ou a Noruega. Os especialistas afirmaram que os benefícios da vacinação continuavam a ser superiores ao risco.
Ainda assim, o comunicado também esclarece que a agência não descarta a hipótese de alguns destes casos terem mesmo sido provocados pela vacina. A questão é que o número de eventos tromboembólicos em pessoas vacinadas não ser maior do que o número observado na população em geral.