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Daniel Bragança, a “estrelinha”: uma estreia a titular para Rui Jorge ver

Este artigo tem mais de 3 anos

Nem Jovane nem Tabata nem Paulinho. Quem entrou para o lugar de Nuno Santos foi Daniel Bragança. O médio ainda não tinha sido titular no campeonato mas provou valor este sábado — a Amorim e Rui Jorge.

Sporting CP v Vitoria Guimaraes SC - Liga NOS
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Gualter Fatia/Getty Images

Gualter Fatia/Getty Images

A estatística diz que Daniel Bragança é o amuleto do Sporting. Até o guarda-redes Luís Maximiano, colega de equipa de Bragança que este ano teve bem menos minutos e que joga há muito com o médio — são da mesma geração da formação de Alcochete, ambos nascidos em 1999 — lhe chamou “estrelinha”. E os números assim confirmam. Estes são os atualizados: dos 15 jogos em que Bragança participou este ano, o Sporting venceu 15. Com o jovem médio em campo, o Sporting marcou 17 golos e sofreu dois.

Apesar de tudo isto, Daniel Bragança foi ao longo do ano o chamado “suplente de luxo”, o jogador que entra para ajudar a equipa a ter e circular melhor a bola (foi assim na primeira volta contra o Guimarães, em pleno Estádio D. Afonso Henriques) e a procurar o golo (como tem acontecido mais regularmente). Em toda a temporada, Daniel Bragança só tinha sido titular por uma vez, no jogo dos quartos-de-final da Taça da Liga, frente ao Mafra, que resultou numa vitória dos leões por 2-0. Nos outros 13 jogos, foi suplente utilizado.

Na conferência de imprensa de antevisão do jogo deste sábado contra o Vitória de Guimarães, o treinador do Sporting, Rúben Amorim — que já elogiara a evolução e o crescimento do médio ao longo da época por mais de uma vez — tinha abordado os minutos dados ao pupilo e a sua possível titularidade.

Se Bragança saía quase sempre do banco, não era por o treinador ter nada contra ele, explicava Rúben Amorim — era porque a concorrência é boa. “O Dani tem crescido muito, mesmo a nível físico. Mas não nos podemos esquecer que esta é a primeira época dele na primeira divisão. Tem 21 anos mas é a primeira vez. Vai ter mais oportunidades. Já merecia jogar mais, mas a culpa não é minha. A culpa é do Palhinha, do João Mário e do Matheus. Por mim, ele jogava. A culpa é deles”.

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Sporting CP v Vitoria Guimaraes SC - Liga NOS

Gualter Fatia/Getty Images

Nos últimos jogos, Rúben Amorim ia dando sinais de querer dar mais minutos ao pupilo. Nas últimas duas partidas, contra Santa Clara e Tondela, Daniel Bragança saiu do banco relativamente cedo para entrar em campo: aos 71 minutos contra os açorianos e aos 60 minutos contra os tondelenses. Este sábado, com Nuno Santos ausente por lesão, Rúben Amorim não escolheu nem o avançado Paulinho (contratado pelos leões ao Sporting de Braga por 16 milhões, um pedido expresso do técnico) nem os extremos Jovane Cabral ou Bruno Tabata para jogar com Pedro Gonçalves e Tiago Tomás no ataque. A escolha recaiu em Daniel Bragança.

Desde a partida frente ao Portimonense — ou seja, nos jogos contra FC Porto (no Estádio do Dragão), Santa Clara (em Alvalade) e Tondela (fora) — que a equipa de Rúben Amorim dava indícios de estar a sentir dificuldades no processo atacante. Se no Dragão o empate a zero foi um resultado positivo para os leões, mas revelador da pouca produção ofensiva durante o jogo, contra os blocos recuados de Santa Clara e Tondela o Sporting sentiu dificuldades para ter bola no meio-campo adversário, para abrir brechas nos muros defensivos contrários e para criar situações de golo. E a solução encontrada este sábado pelo técnico leonino foi mandar Daniel Bragança para dentro de campo.

Há muitos anos no Sporting — tem 21 anos mas chegou em 2008 aos escalões de formação, com apenas oito anos —, Daniel Bragança tem um percurso sui generis na Academia leonina. Desde logo porque, tendo sido sempre um jogador importante nas equipas da formação (nomeadamente nos sub-17 e nos sub-19) e tendo chegado a ser capitão do Sporting quando estava em Alcochete, passou razoavelmente despercebido aos radares das Seleções jovens. Ao contrário de outro produto da formação leonina com a mesma idade, Miguel Luís, que entretanto se transferiu para o Vitória de Guimarães.

Tendo começado por ser um médio de características mais defensivas na formação, um “6” que iniciava o processo de construção dos ataques e que distribuía de jogo desde mais atrás, Daniel Bragança passou pela equipa de sub-23 do Sporting antes de crescer como jogador fora de portas, emprestado primeiro ao Farense e depois ao Estoril Praias, ambos a competir nessas épocas (2018/2019 e 2019/2020) na Segunda Liga.

Fora de portas, Daniel Bragança tornou-se um jogador com outra capacidade ofensiva, com mais chegada à área adversária. Em vez de médio mais recuado, que ia buscar a bola aos defesas-centrais e começava a construir o jogo a partir de trás, tornou-se um jogador mais capaz de jogar a um ou dois toques, entregar a bola rapidamente, tentar o drible ou remate com mais prontidão. E depois de duas pré-temporadas feitas — a primeira, com Marcel Keizer, foi muita elogiada pelos adeptos leoninos mas acabou por não valer a Daniel Bragança um lugar no plantel, tendo rumado ao Estoril —, fixou-se no plantel.

Habitualmente elogiado pela qualidade técnica e pela forma como entrega a bola quando esta lhe chega à canhota, Daniel Bragança foi elogiado antes desta partida contra o Vitória de Guimarães pelo “muito” que tem crescido, “mesmo a nível físico”. E essa é uma das maiores notas evolutivas do médio que foi há dias chamado por Rui Jorge para a fase de grupos do Europeu sub-21: a maior capacidade de choque e de roubos de bola nos duelos com adversários pelo solo e a maior rotatividade sem bola — hoje com mais “andamento” para pressionar e jogar de área a área.

Após a primeira parte, dois dados estatísticos evidenciavam o contributo de Daniel Bragança para o jogo leonino. Por um lado, segundo o portal estatístico GoalPoint, o médio não teve um único passe errado em toda a primeira parte. Por outro, o Sporting recolheu aos balneários com 79% de posse de bola. Embora com oportunidades de golo de parte a parte, a equipa leonina superiorizou-se desde cedo ao Vitória de Guimarães no controlo do jogo, na gestão da posse de bola e na quantidade de vezes em que se aproximou da área contrária.

Na segunda parte, e até ser substituído aos 70 minutos por Bruno Tabata, Daniel Bragança continuou a ser importante na circulação da bola, na gestão do jogo e no miolo leonino.

O médio chega assim à pausa nos jogos dos clubes e à fase de grupos do Europeu sub-21 com capital redobrado, depois da partida deste sábado frente ao Vitória de Guimarães. A concorrência é forte mas a “estrelinha” Daniel Bragança, como lhe chama Luís Maximiano (também convocado por Rui Jorge), chega como elemento forte de um núcleo duro que inclui por exemplo os médios Florentino (Mónaco), Gedson (Galatasaray), Vitinha (Wolverhampton), Pedro Gonçalves (Sporting), e Fábio Vieira (Porto) — sendo que os últimos dois podem também jogar na posição de extremo, mais soltos no ataque.

Já para Rúben Amorim o jogo de Daniel Bragança frente ao Vitória de Guimarães significa outra coisa: que o técnico dos leões tem mesmo entre elementos este ano pouco utilizados no onze titulares jogadores capazes de entrar em campo e cumprir com o exigido. O que poderá ser especialmente importante nas próximas partidas e no próximo ano, com mais competições (a Europa) em perspetiva.

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