António Salvador, presidente do Sp. Braga, deslocou-se no final do encontro frente ao Benfica à sala de imprensa do recinto dos minhotos para falar num tratamento diferenciado entre “grandes” e os outros, assumindo que a centralização dos direitos televisivos poderá trazer o equilíbrio de forças que entender ser necessário.

O salto de Rafa, o grande jogador que se tornou o jogador top (a crónica do Sp. Braga-Benfica)

“Não venho aqui para atacar ninguém mas sim para dar um grito de revolta, dos nossos profissionais, dos nossos adeptos e de todos aqueles que gostam de ver espectáculos de qualidade. Aos 40 e poucos minutos, o jogo terminou. Não consigo descortinar, não consigo ver um jogador dos ditos três grandes a ser expulso nas duas faltas que fez, só vejo isso nos outros que não os ditos três grandes”, começou por referir.

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“Sei que estava muita coisa em jogo, que era um jogo com muitos interesses, mas também percebo que em Portugal temos a perceção de que os lugares da frente estão sempre para aqueles três mas isto tem de acabar, não só pelo Sp. Braga mas por todos os outros. Os outros clubes têm o direito de lutar e discutir esses lugares. Sei que é muito milhão que está em jogo mas é preciso que dentro do campo exista direito de igualdade”, destacou o líder dos arsenalistas, que abordou também a questão da centralização dos direitos televisivos.

“Até considero que o João Pinheiro é um grande árbitro de futebol, será mesmo um dos melhores nos próximos anos, mas tenho que dizer que em 90% dos jogos do Sp. Braga que ele apita, o Sp. Braga acaba por ser prejudicado por ele ou no VAR. É uma revolta grande dos nossos profissionais e dos nossos adeptos mas estamos cá para lutar nas jornadas que faltam pelos três primeiros lugares. Não deixo de dizer, porém, que o Sp. Braga não terá direito a eles por estarem em jogo muitos milhões. Por falar em milhões, ainda bem que vem aí a centralização [dos direitos televisivos]. Esses milhões vão começar a ser divididos por todos e aí o Campeonato vai ser mais competitivo, acabando o mito dos três ditos estarem sempre entre os três primeiros lugares”, concluiu Salvador.

“A equipa tem sido de uma abnegação espetacular. Tínhamos quatro jogadores da defesa indisponíveis para este jogo, pensamos recuperar três nesta pausa de seleções. Hoje jogou o Bruno [Rodrigues], que ainda está a aprender, o Zé Pedro, o Gomes, o Hernâni e o Vítor estiveram connosco em função das contrariedades. Chegámos com vontade de vencer, mais uma vez, a encarar o adversário olhos nos olhos. Já não perdíamos, salvo erro, há nove jogos, com um espírito muito bom. A partir da expulsão o jogo fica claramente desequilibrado. A equipa manteve-se inteira mesmo com dez e sofre o primeiro golo porque quis pressionar alto a um minuto do fim. Faltou aos jogadores perceber que era importante chegar ao intervalo a zero. O segundo golo surgiu após uma transição, em que tentávamos chegar à frente. A equipa foi brava, bateu-se, foi até ao fim, dentro das limitações e contra uma boa equipa. Tivemos oportunidades mas não conseguimos reentrar no jogo”, resumiu o técnico Carlos Carvalhal.