O antigo presidente da República Centro-Africana François Bozizé lidera agora a coligação dos patriotas para a mudança (CPC), um grupo de rebeldes que quer tirar o poder ao Presidente reeleito Faustin Archange Touadéra.

Segundo a agência noticiosa francesa AFP, o porta-voz da CPC, Serge Bozanga, anunciou que François Bizozé respondeu favoravelmente “ao apelo” dos grupos armados membros da CPC, que pediam que o antigo chefe de Estado “assumisse a liderança” da coligação, “na qualidade de coordenador general”.

Desde meados de dezembro, seis dos mais poderosos grupos armados controlam dois terços da República Centro-Africana (RCA), que está em guerra há oito anos.

Esses grupos fazem parte da CPC, que lançou uma ofensiva contra o regime de Touadéra.

Os rebeldes estão a recuar desde 13 de janeiro, quando houve um ataque sobre Bangui, a capital do país, explica a AFP.

A coligação perdeu força face a uma frente mais bem equipada, com 12.000 capacetes azuis da ONU, que estão no país desde 2014, mas também centenas de militares ruandeses e paramilitares russos.

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A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

Portugal tem atualmente na RCA 241 militares, dos quais 183 integram a MINUSCA e 58 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada pelo brigadeiro-general Neves de Abreu, até setembro de 2021.