O aumento do número de novos desempregados abrandou em fevereiro face a janeiro, segundo os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgados estas segunda-feira. Ainda assim, está em máximos de 2017. No segundo mês do ano, havia nos centros de emprego 431.843 desempregados, um aumento de 1,8% face ao mês anterior (ou seja, mais 7.484 inscritos). Em janeiro, a subida tinha sido, face a dezembro, de 5,5%, justificada pelo Governo com o facto de o primeiro mês do ano ser, tendencialmente, um mês de aumento do desemprego.

Já face a fevereiro do ano passado, o avanço foi de 36,8% (mais 116.281). Os dados revelam ainda que, na comparação mensal, em cadeia, houve uma redução do número de desempregados inscritos no Centro (-1,1%), no Alentejo (-1,1%), no Algarve (-0,3%) e na Madeira (-0,1%) em fevereiro face a janeiro. De acordo com uma nota do Ministério do Trabalho, “o Algarve não registava uma descida em cadeia do desemprego, ainda que ligeira, desde agosto de 2020”.

Mas se tivermos em conta a comparação com período homólogo, o cenário pintado é mais negro e o desemprego registado aumentou em todas as regiões. A subida mais pronunciada deu-se no Algarve (+74,4%), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (+52,9%) e da região da Madeira com um aumento de 30,4%.

Mulheres são as mais prejudicadas

O IEFP revela ainda que, em fevereiro de 2021, havia em Portugal 240.927 mulheres inscritas nos centros de emprego, ou seja, mais 50.000 do que o registado para o sexo oposto (190.916). As mulheres foram também as que mais viram o desemprego subir, em cadeia, no segundo mês do ano (2%, mais 4.616 pessoas) face aos homens (1,5%, mais 2.868).

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Já se compararmos com o período homólogo, os homens são os que mais veem o desemprego subir em termos percentuais (38% em relação a 36%) — porque o universo de homens sem emprego é menor. Em termos absolutos o sexo feminino já foi o mais afetado (mais 63.749 desempregadas face aos 52.532 novos desempregados).

Mantendo a tendência de meses anteriores, as atividades ligadas ao turismo — “alojamento, restauração e similares” — foram as que mais viram o desemprego disparar no continente face ao mesmo período do ano passado (+70,6%), seguida pelas “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (+54,4%) e “Transportes e armazenagem” (+50,8%). Já em cadeia, isto é, comparando com o mês anterior, as atividades com maior aumento foram “eletricidade, gás e água, saneamento, resíduos e despoluição” (+4,4%), “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (+3,4%) e “indústrias alimentares das bebidas e do tabaco” (+3,2%).

As ofertas de emprego, que permitem ter uma noção da criação de emprego, subiram 9,1% face ao mês anterior, o valor mais alto desde fevereiro de 2020.