As imagens de videovigilância do bairro londrino de Stamford Hill mostram o ataque a uma mulher grávida na noite de quinta-feira. Um homem, vestido com um casaco escuro com capuz, calças escuras e sapatilhas brancas caminha atrás de uma mulher e traz consigo um carrinho de compras. Depois, deixa-o para trás e corre em direção à mulher e enfia-lhe uma fronha de uma almofada na cabeça. Dá-lhe vários murros no estomâgo e acaba por fugir no sentido oposto — pegando no carrinho de compras e levando-o consigo.

A vítima, de 20 anos, uma judia grávida de 27 semanas, acabou também por fugir do local. Foi levada ao hospital onde foi tratada pelos ferimentos leves que sofreu no ataque, segundo explicou a polícia metropolitana, citada pelo The Guardian. O Shomrim, um grupo de vigilância do bairro constituído por voluntários, publicou no Twitter uma fotografia do suspeito. “Mulher grávida e o seu bebé sobrevivem a um ataque horrendo depois de um suspeito do sexo masculino a atacar por trás, colocar uma fronha na sua cabeça e dar-lhe vários socos no estômago num violento ataque”, descreve o grupo no Twitter.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O suspeito do ataque da mulher grávida na Manor Road, em Londres

A Polícia Metropolitana de Londres disse que o ataque aconteceu por volta das 18h30 de quinta-feira e está a ser investigado. “Os policias estão fazer uma série de investigações e rever câmaras de videovigilância do local. Não houve detenções e as investigações continuam“, disse fonte desta polícia ao The Guardian.

A polícia adiantou ainda que está a tentar perceber se o ataque foi motivado por motivos raciais. O Conselho de Deputados Judeus Britânicos já se manifestou sobre o ataque. “Estamos extremamente perturbados com o ataque vil a uma mulher judia grávida em Stamford Hill. Esperamos que o autor do crime seja rapidamente detido e enfrente a justiça. O rosto do agressor foi captado em vídeo e pedimos a qualquer pessoa que conheça a sua identidade que entre em contacto com a polícia”, lê-se numa publicação feita no Twitter.

No início do mês de março, Sarah Everard, de 33 anos desapareceu por volta das 21h00, depois de sair de casa de um amigo, em Clapham, no sul de Londres. Até sua casa, onde devia ter regressado, esperava-a um percurso de cerca de 50 minutos a pé. Nunca chegou a entrar. Dias depois, foram encontrados os seus restos mortais numa floresta de Kent, a 90 quilómetros da sua casa. Um polícia, Wayne Couzens, de 48 anos, e uma mulher na casa dos 30 anos foram detidos em casa. São suspeitos do sequestro e homicídio de Sarah Everard.

Corpo de Sarah Everard encontrado numa floresta. Polícia investiga túneis militares na região

O caso gerou uma grande onda de revolta e choque na sociedade britânica. Foi até realizada uma vigília para apelar a que as ruas de Londres se tornem mais seguras. As redes sociais foram inundadas com mulheres a partilhar as suas próprias experiências de medo constante na rua, especialmente à noite.