O Presidente cessante da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, está na liderança provisória das eleições presidenciais de domingo, tendo obtido mais de 85% dos votos em mais de 30 locais de votos anunciados esta segunda-feira.

“Estas são apenas tendências percentuais. Em todo o país, os resultados estão na sua maioria nesta direção”, disse o presidente da Comissão Nacional Eleitoral Independente (CNEI), Henri Bouka, depois de apresentar os resultados de 35 cidades e distritos.

Na capital, Brazzaville, o Presidente cessante, 77 anos, 36 dos quais à frente da República do Congo, recolheu, por exemplo, 89,15% dos votos no distrito de Poto-Poto, segundo os números oficiais apresentados por Bouka.

No resto do país, Sassou Nguesso manteve-se de forma clara à frente do seu principal rival, Guy-Brice Parfait Kolélas, que morreu de Covid-19 na noite passada, durante a sua transferência médica para França.

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Nos distritos de Kakamoeka, no sul, Sassou Nguesso obteve 100% dos votos, recolhendo percentagens semelhantes em Ewo (centro, 99,05%) ou em Ouesso (norte, 91,58%). Num dos dois distritos de Dolisie, entre Brazzaville e Ponta Negra, Sassou Nguesso recolheu 87,48% dos votos, com Kolélas a obter 8,78%.

Dos 35 resultados anunciados, apenas um foi desfavorável a Sassou Nguesso, com Kolélas a alcançar 76,23% dos votos na comuna de Makelekele, em Brazzaville — comuna em que o Presidente cessante recolheu 21,22% dos votos. De acordo com o presidente da CNEI, os resultados provisórios completos serão anunciados durante os próximos dois dias.

“Podemos certificar-vos que os resultados que serão anunciados amanhã [terça-feira] ou depois de amanhã [quarta-feira] serão a expressão dos votos dos eleitores”, afirmou Bouka. A CNEI é alvo frequente da oposição e da sociedade civil, que a acusam de falta de independência.

Em 2016, Sassou Nguesso foi reeleito na primeira volta com 60% dos votos, ficando à frente de Kolélas (15%). A morte de Kolélas, principal rival de Sassou Nguesso, deverá acabar por reforçar o chefe de Estado.

Na sequência da morte de Kolélas, Mathias Dzon, outro dos principais candidatos da oposição, anunciou um recurso junto do Tribunal Constitucional para cancelar a primeira volta.

Com o falecimento de Kolélas, a oposição congolesa fica ainda mais enfraquecida, uma vez que dois outros candidatos nas eleições de 2016, Jean Marie Michel Mokoko e André Okombi Salissa cumprirem penas de prisão de 20 anos por “comprometerem a segurança do Estado”.