A polícia turca iniciou esta terça-feira uma operação, ordenada pelo Ministério Público de Izmir, para deter 184 soldados por supostamente pertencerem à irmandade do religioso Fethullah Gülen, acusado pelo governo de ter instigado o golpe fracassado em 2016.

A operação estende-se a 53 das 81 províncias do país e outra operação foi também lançada na República Turca de Chipre do Norte, território apenas reconhecido por Ancara.

Em 24 de fevereiro, outros 148 soldados e oficiais turcos foram presos numa grande operação sob suspeita de terem ligações com os supostos golpistas.

Após o golpe de Estado fracassado, cujos principais líderes militares nunca confessaram publicamente terem aderido à irmandade de Gülen, o Governo turco lançou extensos expurgos na administração pública e no setor educacional, demitindo mais de 130.000 funcionários e detendo mais de 100.000 pessoas. Cerca de 50.000 pessoas, a grande maioria civis, passaram a prisão preventiva.

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Em dezembro passado, um tribunal de Ancara condenou 333 soldados e quatro civis à prisão perpétua pelo seu papel na tentativa de golpe.

Até 2013, Gülen era um aliado próximo do Governo, controlado pelo partido islamita conservador AKP, e do seu líder e Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Hoje, o religioso Fethullah Gülen está a viver nos Estados Unidos.

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