O golpe de Estado em Myanmar já fez pelo menos 275 mortos, dos quais mais de 20 serão crianças, noticiou o jornal El Mundo. A mais nova, de sete anos, foi morta esta terça-feira, em casa, quando corria para o colo do pai para se refugiar, descreveu a BBC.

Os soldados entraram em casa da família da criança, na cidade de Chanmyathazi, mandaram os presentes sentarem-se e perguntaram se havia mais alguém em casa. O pai negou, mas foi acusado de mentir. Um soldado acabou por balear a menina que procurava o colo do pai.

Um dos irmãos da criança, com 19 anos, foi agredido e levado pelos soldados, que também tentaram levar a criança ferida, mas sem sucesso. A família tentou levar a menina para o hospital, mas esta não sobreviveu.

A organização não-governamental Save the Children e Yanghee Lee, uma antiga relatora das Nações Unidas em Myanmar, denunciaram as mortes das crianças, algumas com tiros na cabeça, e a detenção de pelo menos 17 crianças, incluindo uma menina com 11 anos. Até 22 de março, a Save the Children identificou a detenção de 146 crianças e 488 estudantes (universitários e no ensino secundário), conforme comunicado de imprensa da organização.

“Estamos horrorizados com o facto de as crianças continuarem a ser os alvos desses ataques fatais contra manifestantes pacíficos. A morte destas crianças é especialmente preocupante, visto que terão sido mortas enquanto estavam em casa, onde deveriam estar protegidas dos perigos”, escreveu a organização, referindo-se à menina de sete anos e a um rapaz de 14 anos morto no dia anterior.

“O facto de tantas crianças estarem a ser mortas quase diariamente mostra um desprezo total pela vida humana por parte dos militares”, conclui a Save the Children.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR