Depois do pico em Dezembro, quando os construtores necessitavam de veículos eléctricos para evitar multas por excesso de emissões de dióxido de carbono (CO2) e fizeram artificialmente disparar as vendas de automóveis 100% eléctricos, a comercialização de modelos com baterias recarregáveis passou a ser dominada pelos híbridos plug-in (PHEV).

De acordo com os dados recolhidos pela Schmidt Automotive Research, relativos às vendas nos dois primeiros meses do ano, foram matriculados cerca de 224 mil veículos recarregáveis no mercado europeu, o que representa uma percentagem de 14,9% do mercado e um incremento de 61% face a 2020. Este crescimento apenas vem confirmar o incremento sustentado na procura por modelos eléctricos, total ou parcialmente.

Os veículos recarregáveis comercializados em Janeiro e Fevereiro foram, na sua maioria, do tipo PHEV, modelos que associam motores de combustão com outros eléctricos alimentados por bateria, tendo conquistado 57% das vendas, equivalentes a 128.500 unidades. Enquanto isto, os 100% eléctricos transaccionaram apenas 95.500 veículos, um incremento de somente 23,7% em relação ao mesmo período do ano transacto.

Em parte, esta subida dos PHEV face aos eléctricos pode ter a ver com as vendas fictícias em Dezembro, realizadas sem cliente final, que só nos meses seguintes encontraram destinatário. Mas a realidade é que a elevada procura por PHEV vai levar a um incremento real das emissões de CO2, uma vez que os híbridos plug-in anunciam valores muito mais baixos do que os que verdadeiramente conseguem atingir em condições reais de utilização. Isto aumenta o teor de dióxido de carbono na atmosfera, precisamente o contrário do objectivo da União Europeia, o que vai dar força a quem quer tornar as normas de emissões ainda mais restritivas.

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