O músico, cantor e compositor Salvador Sobral revelou esta quarta-feira uma primeira canção do seu próximo disco, intitulado bpm e com edição agendada para 28 de maio. A canção chama-se “sangue do meu sangue” e foi revelada em formato áudio e vídeo (com teledisco). Pode ouvi-la e ver o teledisco aqui:

A música e a letra foram compostas em parceria por Salvador Sobral e Leo Aldrey, um músico, produtor e compositor venezuelano que vive em Espanha e que já trabalhara previamente com o cantor português, de quem é amigo e colaborador próximo.

Na mensagem em que deu conta do tema, publicada na sua conta oficial nas redes sociais, Salvador Sobral explica que quando enviou “ainda na fase de criação do disco” a letra desta canção a Leo Aldrey — que será produtor e coautor de músicas neste próximo álbum do português — recebeu “em 24 horas uma estrutura harmónica e melódica absolutamente perfeita, na minha opinião o melhor casamento letra-música do disco”.

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O Leo consegue sempre perceber perfeitamente o que quero dizer na música e de que forma o quero dizer. E este tema é um exemplo perfeito disso”, refere o cantor português que venceu o Festival Eurovisão da Canção com um tema composto pela sua irmã, Luísa Sobral

Salvador Sobral deu ainda alguns detalhes sobre a gravação do teledisco da canção: “Mais tarde, durante um passeio e por mera casualidade, passei pelo local onde foi rodado o videoclipe e soube naquele momento que queria filmar ali e que o vídeo teria de ser para este tema. Houve uma espécie de chamamento do espaço que acabou por condicionar o resto. Quanto partilhei a canção e o local com o Jep Jorba (realizador), ele teve esta ideia de fazer um plano-sequência comigo ao centro, com enfoque na passagem do tempo”.

Em declarações à Agência Lusa, o português desvendou um pouco deste próximo disco que será o terceiro da sua discografia a solo (a que se somam gravações de bandas como os Alma Nuestra e os Alexander Search, entre outras): “Tomo várias decisões nas diferentes áreas da vida durante as minhas insónias. Chamo-lhes IPs (insónias produtivas). O nome do álbum é fruto de uma IP. Numa reflexão sobre a música e a vida, chego à conclusão de que o elemento mais forte que as une são os bpm (batimentos por minuto)”.

O disco, que será apresentado ao vivo pelo menos em Lisboa (25 de junho, CCB), Bragança (30 de junho, Teatro Municipal), Porto (9 de julho, Teatro Sá Da Bandeira), Almada, Barcelona, Madrid e Málaga — são estas as cidades com datas já confirmadas —, sucede a Excuse Me (álbum de 2016) e Paris, Lisboa, editado em 2019. As gravações aconteceram em janeiro, em França, e em quinteto, com participação dos músicos Abe Rábade (piano), André Rosinha (contrabaixo), André Santos (guitarra) e Bruno Pedroso (bateria).

Salvador Sobral: “Quero escrever as minhas canções. Depois de ouvir o Jacques Brel, percebi que é essencial”

Do alinhamento do disco fazem parte, de acordo com a Agência Lusa, 14 temas. A este “sangue do meu sangue” somam-se outros como  “Sem voz”, “Bom vento”, “Fui ver o meu amor”, escrita em parceria com Luísa Sobral, “Só eu sei”, criado com Jenna Thiam, e “Aplauso dentro”, com a participação da cantora Margarida Campelo.

Há um ano, em entrevista ao Observador, Salvador Sobral já afirmava: “Estou proativamente a criar o próximo disco. Em janeiro do próximo ano vamos gravá-lo em quinteto, em França. Depois deverá sair em março. Mas as canções já as compus todas, com o meu amigo Leo [Aldrey]. Todas as canções do disco vão ser escritas por nós. Depois do Jacques Brel percebi a beleza de escrever as próprias canções, percebi que é essencial. E pensei: epá, no meu próximo disco vou escrever todas as canções. Se der, deu. Se não der, o “não” já está garantido — posso voltar a ser intérprete, já sei que tenho valências como intérprete, agora quero experimentar isto”.