A eurodeputada comunista Sandra Pereira criticou esta terça-feira o programa InvestEU, que propõe mobilizar 370 milhões de euros em investimento público e privado até 2027, por “favorecer as grandes potências económicas” e não contribuir para as políticas de coesão.

“O InvestEU é favorecer as grandes potências” e, ao fazê-lo, “não contribui em nada para as políticas de coesão que o nosso país precisa”, afirmou a eurodeputada do PCP, que falava durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, no âmbito de uma série de audições de eurodeputados sobre a atualidade europeia.

O novo programa InvestEU, adotado pelo Conselho da União Europeia (UE) em 17 de março, que prevê a mobilização de 370 mil milhões até 2027 em quatro áreas – as infraestruturas sustentáveis (cerca de 38%), a investigação, inovação e digitalização (25%), pequenas e médias empresas (PME) (26%) e investimento social e competências (11%) – para apoiar a recuperação económica do espaço comunitário.

Sandra Pereira respondia ao deputado António Lima Costa (PSD), que acusou o PCP de, ao votar contra este programa na sessão plenária do Parlamento Europeu, não querer “cumprir as metas ambientais, salvar as PME, ou produzir o emprego”.

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“Qual é a alternativa que o PCP propõe para a recuperação da economia europeia?”, questionou o parlamentar do PSD.

A eurodeputada frisou que o PCP votou “conscientemente” contra a adoção do InvestEU, um “seguidor do plano Juncker”, até porque “quem disse que o plano Juncker favoreceu as grandes potências económicas e os grandes negócios foi o Tribunal de Contas Europeu e não o PCP”. Além disso, acrescentou, o InvestEU “é um plano competitivo, portanto, quem tem mais capacidade é quem vai buscar o dinheiro”.

“Se, neste momento, não estamos ao nível das grandes potências pelo facto de não conseguirmos ir buscar mais dinheiro, [o InvestEU] ainda nos deixará mais atrás no futuro”, justificou a eurodeputada.