No ano da pandemia multiplicaram-se os murais e graffiti de homenagem aos profissionais de saúde e outras pessoas na linha da frente de combate à Covid-19, mas houve uma forma mais discreta e tradicional, capaz de viajar pelo mundo inteiro, que também assinalou o ano de 2020 e a luta travada em todo o mundo: os selos.

Uma equipa de investigadores parisienses decidiu olhar para os selos, uma forma tradicional de comemorar eventos e fazer campanhas de sensibilização para determinados temas de interesse público, e encontrou 22 coleções de selos (de 21 países, mais a Organização das Nações Unidas), num total de 68 selos, conforme publicou na revista média JAMA.

“As mensagens educativas e financeiras sobre doenças infeciosas surgiram pela primeira vez em 1904 quando o funcionário dos correios dinamarqueses, Einar Holbøll, desenvolveu a ideia de angariar dinheiro para a tuberculose adicionando uma sobretaxa no ‘selo de Natal'”, escreveram os autores. Uma ideia que foi repetida em alguns selos sobre a pandemia emitidos em 2020.

O primeiro selo oficial identificado pela equipa francesa foi lançado no Irão, a 17 de março, pouco depois de o coronavírus SARS-CoV-2 ter sido isolado e identificado, relatam os autores, lembrando que o primeiro selo relacionado com a sida só surgiu muitos anos depois da descoberta do VIH. A maioria dos selos foram encontrados nos catálogos de Yvert e Tellier.

“Todas as imagens refletem um sentimento de solidariedade global, os esforços massivos de saúde pública e a esperança de superar este novo desafio médico, científico e humano”, escreveram os autores. “Esses selos provam que continuam a ser um meio criativo para mensagens de saúde pública, especialmente em regiões que ainda dependem dos correios.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR