O primeiro-ministro, António Costa, agradeceu hoje à equipa médica militar alemã que deu apoio ao sistema de saúde português no combate à pandemia de Covid-19, sublinhando tratar-se de “um magnífico gesto de solidariedade europeia”.

“Agradeço à equipa médica militar alemã que ao longo de seis semanas trabalhou lado a lado com os nossos profissionais de saúde no combate à #COVID19. Foi um magnífico gesto de solidariedade europeia. Vielen Dank [Muito obrigado]”, escreveu António Costa na rede social Twitter.

O ministro da Defesa e secretário de Estado da Saúde representaram o Governo na hora da despedida da equipa de profissionais de saúde alemã, que deixou esta manhã Portugal. Lacerda Sales enalteceu o contributo desta colaboração para “uma Europa mais Unida”.

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“Vão levar momentos difíceis, aqueles momentos em que tiveram de nos ajudar e em que salvaram vidas portuguesas, e, por isso, muito obrigado”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde. “Esta é uma prova fiel da colaboração possível e desejável entre países europeus. Esta é uma Europa mais unida e mais solidária. É assim que se constrói uma Europa com mais coletivismo”, acrescentou ainda Lacerda Sales.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde acrescentou que no mundo global todos precisam de todos. “Obviamente, se algum dia precisarem de nós, cá estaremos para dizermos ‘presente’ também”, afirmou, dirigindo-se à equipa de saúde que prestou apoio a doentes infetados com Covid-19.

João Gomes Cravinho agradeceu em nome de Portugal a “solidariedade e generosidade” no momento em que o país “mais precisou”. “É algo que vamos sempre recordar”, afirmou, ao lembrar que os médicos e enfermeiros que vieram ajudar Portugal estiveram longe de casa e das famílias.

O governante garantiu que “valeu a pena” o contributo dos alemães. “Há portugueses que estão vivos graças à solidariedade alemã”, assegurou. “Obrigado por tudo o que fizeram”, disse o ministro no momento da despedida, com esperança que em breve possamos regressar à normalidade que existia antes da pandemia.

Na quinta-feira, em declarações à agência Lusa, o porta-voz da equipa, Andreas Vossen, fez um “balanço muito positivo” da sua missão, com um total de 16 doentes tratados.

“O nosso balanço pessoal é muito positivo. Chegámos com vários profissionais de saúde experientes. Embora a equipa tenha sido criada especialmente para esta tarefa, os nossos procedimentos padrão fizeram com que rapidamente nos tornássemos um grupo bem coordenado”, declarou.

Esta equipa foi a segunda a operar em Portugal, em substituição da que chegou no dia 3 de fevereiro. Inicialmente estava previsto que esta equipa fosse substituída, na semana passada, por uma terceira que ficaria em Portugal até ao fim do mês de março. A cada comitiva alemã foi constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais oito médicos, tendo a primeira trazido 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.

Segundo Andreas Vossen, durante a sua missão em Portugal, a equipa médica alemã tratou 16 pacientes infetados graves, a maioria deles durante várias semanas.

Os profissionais de saúde alemães trabalharam no Hospital da Luz, em Lisboa, desde 08 de fevereiro, tendo ficado responsáveis em exclusivo pela Unidade de Cuidados Intensivos. O processo de auxílio alemão a Portugal arrancou em 25 de janeiro, na sequência de um pedido de ajuda da ministra da Saúde, Marta Temido, à ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer.