A contínua queda nas vendas, motivada pela falta de interesse por parte dos consumidores europeus, levou o gigante americano Ford a “arrumar de vez” o Mondeo. É certo que, actualmente, há uma vincada preferência por SUV em detrimento de berlinas, tendência que afecta mais as marcas generalistas do que as premium, mas a morte anunciada do Mondeo não deixa de causar alguma estranheza.

Tradicionalmente visto como um veículo espaçoso mas barato, com uma relação preço/qualidade muito interessante, o Mondeo tem vindo a perder clientes de forma acelerada. Basta ver que num dos seus principais mercados, o do Reino Unido – uma das grandes vantagens comerciais da Ford na Europa consistiu em ser vista como uma marca “nacional”, tanto em Inglaterra como na Alemanha, com os benefícios inerentes a esse estatuto –, o Mondeo chegou a comercializar 86.500 unidades no seu melhor ano, em 2001, valor que encolheu para apenas 2400 em 2020.

De acordo com as declarações de responsáveis pela marca norte-americana, a Ford está a adaptar-se às necessidades dos clientes rumo a um futuro 100% eléctrico, estando igualmente decidida a reforçar a presença dos seus Kuga, Puma e Explorer PHEV. A dúvida que se coloca é saber até que ponto esta morte anunciada se refere apenas à berlina, ou se significará igualmente o desaparecimento do nome Mondeo, que poderia ser herdado por um crossover ou até mesmo um SUV.

De recordar que a Ford está a introduzir na Europa o seu primeiro eléctrico, o Mustang Mach-E, que será reforçado em breve pela família de eléctricos que vão utilizar a plataforma MEB do Grupo Volkswagen.

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