Desde março do ano passado que há bebés que são deixados no hospital, com ou sem indicação de que serão entregues para adoção, sem serem registados primeiro. Como escreve o Público, na notícia que faz a manchete do jornal esta segunda-feira, com a pandemia de covid-19 os balcões onde esse registo se fazia de forma imediata fecharam, fazendo com que algumas crianças consideradas em perigo sejam deixadas no hospital sem terem ainda um nome atribuído.

Como explica o Público, este processo costumava passar pelos balcões “Nascer Cidadão”, que estão encerrados desde dia 9 de março de 2020. Agora, os bebés que são deixados no hospital à nascença entram no sistema de proteção das crianças em perigo — que os entregará depois a uma casa de acolhimento ou a uma família de acolhimento — nalguns casos sem terem ainda um nome próprio.

Uma vez que agora o processo se faz nas conservatórias, com necessidade de agendamento, ou na internet, em vez de ser no momento e com a ajuda das equipas de enfermagem e serviços sociais presentes nos hospitais, nos casos em que as mães querem desvincular-se imediatamente do bebé esse registo fica por fazer. Muitas são mães adolescentes que chegam ao parto sozinhas, mães sem meios económicos ou mulheres que tiveram filhos fruto de violações.

O resultado é que alguns bebés — o Público pediu dados oficiais para perceber o número de crianças nesta situação, mas não obteve resposta — passam a ser conhecidos apenas como “filho de…”, em vez de receberem um nome próprio. Esse só é dado depois, quando são recebidos numa casa ou família de acolhimento.

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