O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) lançou esta quarta-feira suspeitas sobre o processo do novo aeroporto de Lisboa por o Governo já ter uma solução no dia em que o regulador da aeronáutica indeferiu a construção no Montijo.

Temos suspeitas. Suspeitas e mais que suspeitas. No dia em que o regulador indefere a construção, o Governo já tinha a solução para avaliação do impacto ambiental”, afirmou o líder parlamentar do PEV, José Luís Ferreira, durante um debate, no parlamento, sobre o novo aeroporto.

O que é, no mínimo, estranho“, comentou ainda, numa declaração política em que o PEV voltou ao tema do aeroporto para dizer que “o que nasce torto tarde ou nunca se endireita”. O deputado dos Verdes disse ainda ser possível “endireitar” o processo se for feita uma verdadeira avaliação ambiental estratégica “séria”, “transparente” e que tenha em conta “o interesse nacional”.

Para José Luís Ferreira, “o negócio” do novo aeroporto “é perpetuar a Portela no meio da cidade de Lisboa, o que é absolutamente condenável”, desde logo em termos ambientais.

O deputado d’Os Verdes criticou tanto o Governo como o PSD por se prepararem para alterar uma lei que retira competências às câmaras para travar um projeto, como aconteceu com o novo aeroporto do Montijo, devido à oposição dos municípios da Moita e Seixal. E ironizou que a localização do novo aeroporto ou foi decidido pela “ANA ou do PSD” e que o objetivo do negócio “é prolongar ou intensificar a utilização da Portela, como trunfo principal e complementar a jogada com o acrescento Montijo”.

Quando se coloca nas mãos do interesse privado a faculdade de escolher a localização de um aeroporto, não se pode esperar e muito menos exigir, que essa escolha tenha obedecido a critérios onde o interesse público tenha prevalecido ou sequer tenha estado presente”, disse.

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