A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou esta quarta-feira que as vacinas da Sinopharm e Sinovac, produzidas na China, são eficazes no combate à Covid-19. Os níveis de eficácia estão de acordo com as exigências necessárias para a comercialização e administração à população, segunda a organização. São vacinas que, diz a OMS, podem ser determinantes para os países em desenvolvimento, que não têm conseguido aceder tão facilmente às vacinas da indústria farmacêutica ocidental.

Segundo a OMS, os produtores das vacinas apresentaram dados concretos que comprovam a eficácia das vacinas e, assim, o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos sobre Imunização (SAGE) irá recomendar as vacinas (provavelmente) em abril, segundo o diretor do programa, Alejandro Cravioto.

A informação partilhada pelas empresas na reunião com o SAGE indica claramente que os níveis de eficácia são compatíveis com as exigências da OMS”, disse Cravioto, citado pela Reuters.

“Isso significa cerca de 50% de eficácia mínima e, de preferência, perto ou acima de 70%, e, claro, eles têm todos os dados que mostram que a vacina não causa terá efeitos colaterais perigosos quando usada em humanos”; acrescentou.

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É necessária, agora, a autorização oficial da OMS ou de uma agência reguladora, que prosseguirá com mais certezas a avaliação antes de o SAGE iniciar a recomendação concreta sobre o uso das vacinas. Margaret Harris, porta-voz da OMS, já tinha admitido publicamente no início do mês que a autorização das vacinas chinesas poderia estar para breve.

Ainda não são oficialmente conhecidos os dados da eficácia da vacina da Sinopharm, mas o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, produtor do fármaco e unidade de uma das subsidiárias da Sinopharm, disse que a eficácia é de 79,34% na prevenção da doença. Já foi aprovada em vários países, entre os quais a China, o Paquistão e os Emirados Áabes Unidos, segundo a Reuters.

A Sinovac, por sua vez, tem na sua vacina uma eficácia entre os 50,65% e os 83,5%, segundo ensaios conduzidos no Brasil, Indonésia e Turquia.

Estas vacinas podem ser determinantes para os países em desenvolvimento, que não têm conseguido aceder tão facilmente às vacinas das indústrias farmacêuticas ocidentais, nomeadamente da Pfizer, Moderna, AstraZeneca ou Johnson & Johnson. Estas estão a ser vendidas e distribuídas maioritariamente nos Estados Unidos, na Europa e no Médio Oriente.