O Brasil encerrou o mês de março com 66.573 mortes provocadas pela pandemia de Covid-19, quase o dobro dos óbitos registados em fevereiro (30.438), apesar das medidas para restringir as atividades públicas na tentativa de controlar a doença.

Nas últimas semanas o país acumula vários recordes diários no número de mortes por Covid-19 e, na quarta-feira, obteve um novo recorde com 3.869 vítimas mortais registadas num único dia.

Desde a primeira morte em 12 de março de 2020 o país somou 321.515 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. O Brasil já confirmou 12,75 milhões casos da doença, segundo o Ministério da Saúde.

Esses dados confirmam o gigante sul-americano, com cerca de 210 milhões de habitantes, como a segunda nação com maior número de infetados e mortos, depois dos Estados Unidos da América (EUA), que tem uma população de cerca de 330 milhões de habitantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As últimas informações da OMS colocam os EUA com 545.887 mortes por Covid-19, em seguida aparece o Brasil (321.515), o México (202.633) e a Índia (162.927). Mas comparando a evolução dos últimos sete dias, o país sul-americano lidera a lista dos países com maior número de mortes, quase 19 mil, na frente dos Estados Unidos (quase 7 mil vítimas mortais) e do México (3.500), segundo a OMS.

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O estado de São Paulo, o mais populoso do país, também é o mais afetado pela pandemia, acumulando 2,47 milhões de casos e 74.652 mortes. No Rio de Janeiro, os infetados chegam a 647.875 e os mortos a 36.727.

A evolução da pandemia em território brasileiro ocorre enquanto o sistema de saúde está em colapso, com muitas localidades superlotadas e impossibilitadas de admitir pacientes nos hospitais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro a taxa de ocupação das camas para tratamento intensivo, usadas para atender pacientes em estado grave, está próxima de 90%. Na cidade do Rio de Janeiro o problema é especialmente grave e a espera para conseguir uma cama para tratamento intensivo supera 24 horas. Na cidade de São Paulo o problema já provocou mudanças no sistema funerário e a realização de enterros noturnos. Até 30 de março, houve um crescimento de 56% no número de enterramentos na capital “paulista” face ao mês anterior.

O processo de vacinação no Brasil que começou em janeiro ainda é lento, sendo que 11% da população já teve acesso à primeira dose de imunizante e 3,2% já tomaram a segunda dose, totalizando quase 19 milhões de pessoas vacinadas. O Ministério da Saúde anunciou esta quinta-feira que nos próximos dias realizará a maior distribuição de vacinas de uma só vez desde o início da campanha de imunização, com 9,13 milhões de doses de vacinas sendo enviadas a estados e municípios. Essas vacinas serão destinadas principalmente a profissionais de saúde e pessoas com mais de 65 anos.

A pandemia forçou as autoridades brasileiras a ordenarem o fecho periódico de atividades não essenciais em várias localidades. Nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro foi decretado um feriado prolongado de nove dias, que começou na sexta-feira e deverá terminar no domingo para diminuir a circulação de pessoas, mas os resultados ainda não se fizeram notar. Essas restrições às atividades, no entanto, têm recebido críticas frequentes do Presidente brasileiro, JairBolsonaro, que faz constantes apelos para o retorno à normalidade.

A pandemia de Covid-19 fez pelo menos 2.816.908 mortos em todo o mundo, desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) detetou a doença na China no final de dezembro de 2019, de acordo com o balanço diário efetuado pela agência France-Presse. Mais de 128.851.200 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da pandemia.