Tal como aconteceu em 2020, o festival britânico de música Glastonbury — um dos festivais de verão de maior dimensão em toda a Europa, acolhendo todos os anos mais de 200 mil pessoas no recinto — volta a não se realizar em 2021, devido à Covid-19. A organização anunciou, porém, uma edição alternativa do festival, com uma transmissão de gravações de concertos online e ao vivo ao longo de cinco horas. Os bilhetes já estão à venda e o acesso ao stream custa 23 euros.

A edição digital do festival está agendada para 22 de maio, com um livestream mundial (e pago) de concertos de artistas como Coldplay, Damon Albarn, Haim, Idles, Jorja Smith, Kano, Michael Kiwanuka, Wolf Alice e DJ Honey Dijon. O início do livestream está apontado para as 19h portuguesas e a realização fica a cargo do cineasta — já nomeado para os prémios Grammy — Paul Dugdale.

As bandas e os artistas vão transmitir os seus concertos a partir de uma mesma localização, a chamada “Worthy Farm”, quinta que historicamente acolhe os concertos do Glastonbury e que fica no vale de Somerset, no Reino Unido. É ali que são montados os palcos do festival, como o Pyramid Field e o Stone Circle. A organização publicou um trailer oficial que mostra os cenários a partir dos quais os concertos serão transmitidos.

O objetivo que norteou a escolha do local das transmissões é que os espectadores possam ter a experiência do festival em formato digital, dado não a poderem ter presencialmente, no “ambiente natural e idílico” do Glastonbury.

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A produção, informa a promotora portuguesa do evento, será “ininterrupta” e “realizada como se de um filme se tratasse”. E são ainda prometidas “várias performances surpresa”.

Parte das receitas será canalizada para os “parceiros de solidariedade” do festival, as organizações Oxfam, Greenpeace e WaterAid. Outra parte “ajudará a garantir o regresso do festival ao vivo em 2022”.

Os detalhes técnicos: o que acontece a quem compra bilhete

No site oficial do evento, a organização explica que os espectadores que comprarem bilhete receberão um e-mail sete dias antes do evento com um link para as transmissões do festival. Esse link não é partilhável e não poderá ser visto em mais do que um dispositivo em simultâneo, podendo ser acedido a partir de computador, telemóvel, tablet ou até Play Station, X Box e Smart TV.

São ainda dadas recomendações para que os portadores de bilhetes assistam às transmissões em tempo real e em direto, dado que “por razões técnicas é pouco provável que possas puxar o stream para trás se te atrasares”. Também não deverá ser possível parar a transmissão e retomar no mesmo ponto, ao longo do livestream.

Numa primeira reação ao anúncio desta edição digital, Emily Eavis — filha do fundador do festival Michael Eavis e que integra atualmente a organização anual do Glastonbury — afirmou: “Depois de dois cancelamentos do Glastonbury, dá-nos muito prazer anunciar o nosso primeiro livrestream online, que irá apresentar performances de música ao vivo filmadas pela Worthy Farm em pontos que incluem a Pyramid e, pela primeira vez, o Stone Circle”.

A transmissão terá um elenco contínuo de artistas e performers que nos deram um enorme apoio, todos eles, ao aceitarem fazer parte deste evento para mostrarmos a quinta como nunca a viram. Também haverá apariações de convidados muito especiais e colaborações. Esperamos que isto leve um pouco de Glastonbury até às vossas casas e que por uma só noite pessoas de todo o mundo possam juntar-se a nós nesta viagem conjunta pela quinta”, apontou ainda.

Ficam algumas sugestões adicionais da organização, deixadas no site oficial: “Recomendamos que verifiquem se o vosso router de WiFi está a funcioonar devidamente e se conseguem ligar-se bem à internet. Aparte disso, não se esqueçam de pôr umas bebidas no frigorífico e encomendar aquela pizza…”