O Grande Prémio do Bahrain de Fórmula 1, a prova que deu o pontapé de saída ao campeonato do mundo de 2021, foi dos melhores espectáculos proporcionados pela modalidade rainha do desporto automóvel. Houve emoção, disputa pela liderança com várias ultrapassagens e tudo sem manobras criticáveis, reinando o civismo. Mas nem tudo correu bem.

A F1 atrai uma série de construtores, que investem milhões na disciplina para que os espectadores vejam os seus veículos, os seus motores e os seus engenheiros vencer ou, pelo menos, estarem presentes na luta pelas melhores posições. Sem espectadores não há forma de justificar o investimento, sendo aí que surge a televisão, que difunde as corridas um pouco por todo o mundo. Sucede que este ano, o organismo que rege o campeonato, para maximizar o encaixe, vendeu os direitos televisivos à rede britânica Sky, que posteriormente os revende para todos os países, sempre em regime de canais por assinatura. Esta opção deixou de fora a alemã RTL, que há 30 anos adquire os direitos de transmissão para os difundir em canal aberto.

Como consequência desta nova estratégia dos organizadores, a corrida do Bahrain deste ano foi acompanhada por apenas 1,22 milhões de telespectadores, um número muito reduzido quando comparado com os mais de 5 milhões que viram pela televisão a corrida de 2020.

Os direitos televisivos são distribuídos pelas equipas de acordo com o seu “peso” no mundial, mas as equipas arriscam-se a que os patrocinadores queiram pagar menos face à queda nas audiências.

A Sky anuncia que a corrida de abertura da época de 2020 teve 607.000 assinantes em canal pago, número que quase duplicou para 1,22 milhões, mas é uma magra compensação, especialmente para os construtores e patrocinadores em geral, pois só a RTL, que agora deixou de transmitir a F1, chegou a 4,48 milhões na abertura do ano passado.

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