O ministro da Defesa das Filipinas, Delfin Lorenzana, diz estar preocupado com a constante presença de navios chineses no Mar do Sul da China e acredita que Pequim quer ocupar mais territórios marítimos nessa região, de acordo com a Reuters.

“A presença contínua de milícias marítimas chinesas na área revela a sua intenção de ocupar ainda mais no Mar Ocidental das Filipinas”, disse Delfin Lorenzana, o ministro da Defesa filipino, em comunicado. O Mar Ocidental das Filipinas é o nome que, desde 2012, o país dá a este território marítimo.

A agência de notícias nota que é o segundo comunicado hostil em apenas dois dias, depois de terem sido avistados barcos chineses junto ao recife de Whitsun (ou de Julian Felipe, como lhe chamam os filipinos), território que fica a meio caminho com o Vietname, mas que integra a Zona Económica Exclusiva das Filipinas.

Diplomatas chineses alegam que os barcos (mais de 200 segundo as Filipinas) estavam a proteger-se do mau tempo, garantindo que não havia milícias a bordo. Mas o Governo filipino queixou-se este sábado de que ainda lá estariam 44 navios, apesar do tempo ter melhorado.

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“Não sou parvo”, disse o ministro da Defesa filipino citado pela Reuters. “O tempo tem estado bom até agora. Não há motivo para ficarem lá”. A embaixada chinesa em Manila respondeu, no entanto, que é “completamente normal” haver navios chineses a pescarem na região.

Este mar, que, além dos dois países, ainda banha, por exemplo, o Vietname e a Indonésia, tem sido alvo de desavenças, mas em 2016 um tribunal internacional deixou claro que as reivindicações chinesas (sobre 90% do Mar do Sul das China) não tinham fundamento.

A China não reconhece validade no tribunal e construiu ilhas artificiais equipadas com radares, baterias de mísseis e hangares para caças.