A Comissão Promotora de Eventos da Associação 25 de abril (A25A) está a preparar o tradicional desfile (que no ano passado não se realizou) na Avenida da Liberdade, em Lisboa, tendo já informado a DGS, a PSP e a Câmara Municipal de Lisboa, que agora vão determinar as regras de segurança do evento. Em declarações ao DN, o coronel Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de abril, revelou que deverá ser mais curto, começando na rotunda do Marquês do Pombal e terminando nos Restauradores (em vez do Rossio), uma vez que naquela zona o caminho pode “estreitar” e a manutenção das regras de segurança “seriam mais complicadas”, explicou.

A decisão de regressar com o evento foi tomada pela Comissão Promotora do Desfile, composta por membros do PS, BE, PCP, PEV e também pela CGTP. Também pertencente à Comissão, a UGT não quis associar-se ao desfile, considerando que ainda não é altura de voltar às manifestações de rua. A APRE (Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados) também não estará presente na cerimónia, apesar de ter assinado o manifesto do evento.

Carlos Silva, secretário-geral da UGT, considera que tendo em conta “o estado de saúde que o país vive, em estado de emergência, com uma pandemia que ainda não está afastada, não fazia sentido estar a mobilizar os ativistas e dirigentes sindicais para uma situação que pode ser de potencial risco”. Em declarações à Rádio Observador, indica, no entanto, que a central sindical está disposta “a participar em outros eventos, noutras atividades”, mas em formato virtual. “Não participamos, porque não queremos fazer correr riscos em ninguém”, resume.

Maria do Rosário Gama, presidente da APRE, em declarações à Rádio Observador, indica que a postura da associação passa por “resguardar as pessoas mais velhas para evitar o contágio” sendo que “num momento que não se sabe como evoluir o contágio nos próximos dias, não fazia sentido convocar uma manifestação em que as pessoas vão estar expostas ao contágio”.

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“Vamos comemorar Abril, porque Abril não tem fronteiras e poderá mesmo ocupar o lugar que agora ocupa a Covid-19 porque a nossa esperança é que ele fique vago”, escreveu Vasco Lourenço na revista Referencial, publicada pela Associação 25 de abril.

Uma das ações simbólicas para celebrar o 25 de abril o ano passado foi cantar a Grândola Vila Morena à janela às 15h00. Este ano, a comissão promotora do evento pede que se repita o ato, mas desta vez que seja mais tarde — às 18h00 –, dado ter sido a hora em que Marcello Caetano, último chefe do governo do Estado Novo, se rendeu ao Movimento das Forças Armadas.

Se tudo correr como o previsto, no dia 25 de abril Portugal deverá estar na terceira fase do plano de desconfinamento apresentado pelo Governo. Nessa altura, os alunos do ensino secundário e das universidades deverão voltar ao ensino presencial e reabrirão, entre outros, cinemas, teatros e salas de espetáculos, centros comerciais e restaurantes.

Notícia atualizada às 10h30 com as declarações de Carlos Silva e Maria do Rosário Gama