A estimativa inicial de danos causados pelas cheias em Timor-Leste, e que causaram pelo menos 34 mortos, é de 100 milhões de dólares (84,3 milhões de euros) só no município de Díli, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro timorense. Taur Matan Ruak apresentou o valor aos jornalistas depois de uma visita a vários dos pontos mais afetados pelas cheias no município, explicando que o executivo está a trabalhar para apoiar a população e minimizar os potenciais riscos em zonas de maior perigo.

O chefe do Governo visitou várias zonas da cidade acompanhado pelo vice-primeiro-ministro e ministro do Plano e Ordenamento, José Reis, e pelo ministro das Obras Públicas, Salvador Soares. A visita, segundo a agência noticiosa Tatoli, pretendia avaliar in loco os estragos e os impactos mais significativos das cheias tanto a nível das comunidades como das infraestruturas físicas danificadas, incluindo pontes, estradas e ribeiras.

Orientei o vice-ministro e o ministro das Obras Públicas para procurar meios para normalizar as infraestruturas em Díli e nos municípios que sofreram estragos devido às inundações. Vamos implementar um plano de emergência”, frisou.

Ao mesmo tempo, o Ministério da Administração Estatal e a Secretaria de Estado da Proteção Civil vão trabalhar no apoio à retirada de vítimas e na resposta humanitária urgente, como têm vindo a fazer desde domingo.

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Vários membros do governo e alguns líderes nacionais multiplicaram-se em visitas a vários locais afetados. O ex-Presidente da República Xanana Gusmão esteve na segunda-feira e esta terça-feira a mobilizar recursos para apoios de urgência a mais de 520 vítimas no município de o, onde morreram 12 pessoas. Residentes em cinco zonas de Manatuto sofreram danos significativos devido à chuva intensa que assolou a zona no sábado e domingo. O apoio inclui alimentos, produtos de higiene, combustível e outros materiais.

Samuel Rodrigues Pereira, administrador de Laclo (Manatuto) agradeceu o apoio dado notando que as inundações tiveram grande impacto nas culturas da região, afetado mais de 200 hectares de campos de cultivo em várias zonas. Já no fim de semana Xanana Gusmão tinha visitado vítimas das cheias em vários pontos da cidade, onde expressou solidariedade e contactou com a população.

Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido do governo, visitou as vítimas que estão temporariamente alojadas no Centro de Formação Don Bosco, em Comoro, na zona ocidental da capital.

Fidelis Magalhães, ministro da Presidência do Conselho de Ministros, que também esteve no terreno, anunciou um apoio adicional à Cruz Vermelha, que está envolvida nas operações humanitárias. O ministro explicou que o executivo já tinha solicitado aos empresários nacionais e internacionais que mobilizassem meios e máquinas pesadas para ajudarem nas operações de limpeza e de reparação dos estragos causados pelas cheias.

Também o presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Timor-Leste (CCI-TL), Óscar Lima, apelou à participação de todos os empresários que possuem equipamentos e veículos pesados para que participassem nas operações de limpeza na capital.

O secretário de Estado da Proteção Civil, Joaquim Gusmão, também continuou no terreno, avaliando a situação das populações afetadas e coordenando o apoio que está a ser distribuído pela Proteção Civil, muito dele resultante de doações de cidadãos e empresas.