O primeiro-ministro cessante Benjamin Netanyahu, indiciado por corrupção, foi esta terça-feira mandatado para formar o próximo Governo em Israel, que prometeu “forte” para evitar a “paralisia” num país onde se sucedem as eleições devido à inexistência de uma coligação estável.

Duas semanas após as legislativas que se tornaram num referendo às políticas do primeiro-ministro, este foi designado pelo Presidente Reuven Rivlin para constituir uma nova equipa ministerial.

“Vamos formar um Governo forte para todos os cidadãos de Israel, não um Governo de paralisia mas um Governo de ação“, prometeu Netanyahu que se pronunciava perante os deputados eleitos pelo seu partido Likud numa sala do parlamento.

“Tudo farei para que Israel saia da espiral das eleições”, afirmou, após as quartas eleições em menos de dois anos e que não garantiram um vencedor claro.

Habitualmente, é o Presidente que designa o candidato que recebeu o apoio de 61 dos 120 deputados eleitos ao Knesset, o parlamento. Mas “nenhum candidato tem uma real possibilidade” de garantir esse apoio, garantiu Rivlin esta manhã.

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Não é uma decisão fácil para mim, quer moralmente quer eticamente“, acrescentou este antigo membro do Likud, um dia após o reinício do processo do primeiro-ministro, indiciado por corrupção, fraude e abuso de confiança, em três casos.

Netanyahu, o chefe de Governo com mais tempo no poder da história de Israel, é também o primeiro a enfrentar acusações criminais no decurso do seu mandato. Com os seus aliados dos partidos ultraortodoxos e o partido de extrema-direita “Sionismo religioso”, obteve na segunda-feira o apoio de 52 deputados.

O seu opositor, o centrista Yair Lapid foi recomendado por 45 deputados para formar o próximo gabinete. O reinício do processo de Netanyahu na segunda-feira, a procuradora principal acusou-o de ter usado o seu poder de forma “ilegítima”.

Numa reação quase imediata, o chefe de Governo cessante acusou o gabinete da procuradora de “ter usado de forma ilegítima o poder que lhe foi conferido”, ao retomar os termos exatos da procuradora.

Netanyahu acusa procuradores do seu julgamento de o quererem destituir

No imediato, o processo não ameaça as ambições de Netanyahu, 71 anos, que apenas terá de se demitir em caso de condenação definitiva e o esgotamento de todos os recursos, que podem prolongar-se por anos.