A eurodeputada comunista Sandra Pereira afirmou esta terça-feira encarar “com bastante preocupação” o plano de ação do Pilar Europeu Social, uma vez que este pode significar o “nivelamento por baixo” dos direitos sociais e laborais dos trabalhadores.

“Não nos juntamos ao coro de elogios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e encaramo-lo até com bastante preocupação, uma vez que pode significar o nivelamento por baixo dos direitos sociais e laborais dos trabalhadores“, apontou Sandra Pereira, que falava durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, no âmbito de uma série de audições de eurodeputados sobre a atualidade europeia.

Os objetivos inseridos no plano de ação para a implementação do Pilar Social são “muito pouco ambiciosos” no que toca ao combate à pobreza e ao emprego, criticou a eurodeputada do PCP, que teme, por isso, que a questão da formação e da qualificação seja “usada para mascarar os números do desemprego”.

Sandra Pereira referia-se às metas previstas no plano de ação proposto pela Comissão Europeia no início de março, segundo as quais pelo menos 60% dos trabalhadores da União Europeia (UE) deverão receber ações de formação todos os anos e 78% da população do bloco europeu deverá estar empregada até 2030.

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Em matéria de combate à pobreza, o plano de ação prevê ainda retirar 15 milhões de cidadãos da pobreza e da exclusão social até 2030 e reduzir drasticamente o número de sem-abrigo nas ruas da UE.

Em resposta ao deputado Bruno Dias, do PCP, que questionou a eurodeputada acerca do trabalho realizado ao nível do Parlamento Europeu para a “legislação laboral dos trabalhadores das plataformas eletrónicas”, Sandra Pereira disse que “parece que se está a fazer crer que há toda uma nova realidade” para a qual “é preciso arranjar uma nova legislação“.

Porém, tendo em conta que a profissão dos trabalhadores das plataformas eletrónicas “não é nova“, mas sim as plataformas em si, Sandra Pereira considera que impor uma nova legislação em Portugal “irá precarizar ainda mais” os trabalhadores e, “de certa forma, legalizar a precariedade que sentem na pele”.