Há 29 concelhos com mais de 120 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias — mais três do que na semana anterior —, segundo os dados do Boletim Epidemiológico da Direção-Geral da Saúde divulgados esta sexta-feira e recolhidos durante 14 dias até às 23h59 de dia 6 de abril (terça-feira). Assim, 279 dos 308 concelhos do país estão abaixo desse valor de incidência.
No período de uma semana, de 30 de março a 6 de abril, 18 concelhos (15 no continente) que estavam acima dos 120 novos casos por 100 mil habitantes, assim continuaram, e 11 dos que estavam abaixo desse limite (sete deles no continente), passaram a fazer da lista de risco.
Assim, há neste momento 22 concelhos do continente que, segundo o critério do Governo, podem ter de travar o desconfinamento.
Da lista de risco da semana passada, oito concelhos que estavam acima de 120 casos por 100 mil habitantes, descem dessa linha, entre eles quatro concelhos do continente (Cinfães, Figueiró dos Vinhos e Soure).
Por outro lado, os 271 concelhos que estavam abaixo dos 120 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias no dia 30 de março, assim o continuaram a 6 de abril.
O anúncio da incidência acumulada por concelho esta sexta-feira resulta de uma mudança de estratégia da DGS, que anteriormente enviava a informação na segunda-feira seguinte em relação a dados que tinham sido recolhidos há quase uma semana (às terças).
A mudança surge na mesma semana em que a DGS foi criticada por estar a divulgar os mesmos dados que o primeiro-ministro, António Costa, já tinha referido no dia 1 de abril — estando, portanto, desatualizados.
Três concelhos nas ilhas e seis no continente com nível elevado e muito elevado
Dos 308 concelhos do país, 299 estavam no nível de risco moderado (abaixo de 240 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias), sete no nível de risco elevado (entre 240 e 479,9) e dois no nível de risco muito elevado (acima de 480).
Em relação às categorias definidas pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo da Doença, não existe nenhum concelho na categoria mais alta, a 7 (equivalente a risco extremamente elevado).
Categorias ECDC | 6.Abril | 30.Março |
Categoria 1 | 111 | 96 |
Categoria 2 | 111 | 123 |
Categoria 3 | 57 | 63 |
Categoria 4 | 20 | 19 |
Categoria 5 | 7 | 6 |
Categoria 6 | 2 | 1 |
O Alandroal, no distrito de Évora, e o Nordeste, na ilha de São Miguel (Açores), são os dois concelhos no nível de risco muito elevado, ambos com menos de 600 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
Nos seis concelhos no nível elevado, cinco estão no continente (Barrancos, Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior), um nos Açores (Vila Franca do Campo) e um na Madeira (Machico, que era o concelho com maior incidência no último relatório).
Maior subida no Nordeste, que estava fora do nível de risco na semana passada
O Alandroal, no distrito de Évora, era o concelho com maior incidência acumulada a 14 dias no dia 6 de abril e já estava entre os concelhos com maior incidência na semana anterior (30 de março). Na semana anterior, como agora, o Alandroal está entre os concelhos com maior subida na incidência.
De todos, o Nordeste, na ilha de São Miguel (Açores), é o que tem a maior subida na incidência no espaço de uma semana, seguido de Barrancos, no distrito de Beja.
Estes dois concelhos, assim como Vila Franca do Campo e Miranda do Corvo tiveram aumentos na incidência que os levou a ultrapassar a linha vermelha definida nos 120 casos por 100 mil habitantes.
Concelhos | Incidência a 6.Abr | Incidência a 30.Mar | Variação numa semana |
Nordeste | 576 | 82 | 494 |
Barrancos | 428 | 0 | 428 |
Alandroal | 581 | 200 | 381 |
Vila Franca do Campo | 271 | 36 | 235 |
Miranda do Corvo | 165 | 55 | 110 |
Almada tem a maior incidência acumulada entre os concelhos de maior densidade populacional
Os 15 concelhos com maior densidade populacional (segundo Censos 2011) mantém-se todos abaixo da linha vermelha definida pelo Governo — 120 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias. O concelho que está mais perto deste limite é Almada.
Lisboa, Oeiras e Barreiro mostraram ligeiros aumentos na incidência. Porto e Vila Nova de Gaia, assim como Odivelas e Seixal, apresentam descidas na incidência acumulada.
Concelhos | Incidência acumulada a 6.Abr | Incidência acumulada a 30.Mar |
Amadora | 92 | 99 |
Lisboa | 89 | 85 |
Porto | 78 | 97 |
Odivelas | 57 | 69 |
Oeiras | 77 | 69 |
Matosinhos | 56 | 53 |
São João da Madeira | 5 | 9 |
Almada | 117 | 114 |
Barreiro | 69 | 49 |
Cascais | 55 | 60 |
Vila Nova de Gaia | 45 | 66 |
Seixal | 54 | 71 |
Maia | 40 | 42 |
Espinho | 71 | 68 |
Entroncamento | 37 | 60 |
Beja tem a maior subida entre as capitais de distrito, pela segunda semana consecutiva
Beja volta a ser a capital de distrito com maior subida na incidência acumulada no espaço de uma semana. Portalegre, por sua vez, é o que apresenta a maior descida.
Braga, Évora, Faro, Leiria e Lisboa apresentam ligeiras subidas na incidência acumulada, mas as restantes capitais de distrito apresentam descidas.
Capital de distrito | Incidência acumulada a 6.Abr |
Incidência acumulada a 30.Mar
|
Aveiro | 52 | 52 |
Beja | 173 | 134 |
Braga | 38 | 26 |
Bragança | 18 | 21 |
Castelo Branco | 13 | 17 |
Coimbra | 45 | 56 |
Évora | 10 | 6 |
Faro | 67 | 64 |
Guarda | 8 | 18 |
Leiria | 56 | 50 |
Lisboa | 89 | 85 |
Portalegre | 14 | 41 |
Porto | 78 | 97 |
Santarém | 23 | 33 |
Setúbal | 62 | 77 |
Viana do Castelo | 51 | 59 |
Vila Real | 8 | 20 |
Viseu | 10 | 11 |