O processo de vacinação nos lares está praticamente concluído, os surtos ativos são menos e as mortes diminuíram — na semana entre 29 de março e 6 de abril foi a primeira, desde o início da pandemia, em que não houve óbitos por Covid-19 em residentes de lares. Esta evolução deve levar à alteração da orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) que obriga os idosos a uma quarentena de 14 dias sempre que saem da instituição por mais de 24 horas. De acordo com o jornal Público, esta norma vai ser atualizada em breve e o tema foi abordado numa reunião com representantes do setor social e a ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social esta sexta-feira.

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, fala numa “situação que tem contornos de desumanidade”, mas admite que nos lares, “sendo residências coletivas”, “é preciso continuar a garantir todos os cuidados”. Apesar disso, realça que se trata de um “problema que tem que ser ultrapassado com moderação”, principalmente agora que “o processo de vacinação está praticamente concluído e os surtos e as mortes diminuíram”.

Esta questão torna-se ainda mais relevante porque os idosos têm de fazer isolamento profilático quando regressam aos lares após saídas por períodos superiores a 24 horas, mas muitas residências não têm condições para assegurar uma quarentena em espaços adequados e com funcionários suficientes, o que muitas vezes, apesar de estarem vacinados, leva os idosos a permanecerem nos lares.

A ministra do Trabalho afirmou, esta sexta-feira, que a testagem a funcionários de lares — foram feitos mais de 290 mil testes à Covid-19 — terá evitado mais de 870 surtos da doença.

“Desde o início, temos levado a cabo um programa de testagem dos trabalhadores nos lares de forma a, preventivamente, identificar assintomáticos e a prevenir surtos”, referiu Ana Mendes Godinho, que falava aos jornalistas à margem da apresentação do protocolo de transferência de competências do Estado para o município de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social referiu que foram efetuados 294 mil testes a trabalhadores de lares, um programa que vai ser continuado “pelo menos até junho” e que obrigará à renovação de protocolos com as universidades e politécnicos que “tornam possível o processo”.

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