787kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

O verdadeiro 5G desta equipa vem da Suíça e chama-se Seferovic (a crónica do P. Ferreira-Benfica)

Este artigo tem mais de 3 anos

Na semana em que o Benfica anunciou o 5G na Luz, Seferovic mostrou que é ele a verdadeira tecnologia: marcou dois golos, assistiu para outros dois e foi fulcral na goleada em Paços de Ferreira (0-5).

FC Pacos de Ferreira v SL Benfica - Liga NOS
i

O avançado foi o melhor elemento de uma exibição globalmente positiva dos encarnados

Getty Images

O avançado foi o melhor elemento de uma exibição globalmente positiva dos encarnados

Getty Images

“Trata-se de um projeto transformador. Sermos o primeiro estádio 5G em Portugal é motivo de orgulho. Esta tecnologia irá aproximar ainda mais o Benfica dos seus sócios, adeptos e simpatizantes. Significa uma experiência melhorada neste estádio, para todos os nossos adeptos e para o Benfica, como organização”. Foi assim, com quatro frases, que Rui Costa comentou a parceria do clube encarnado com a NOS, anunciada esta sexta-feira, que vai permitir o acesso a estatísticas em tempo real e a possibilidade de ver o jogo a partir do ângulo preferencial, ativando uma de várias câmaras que serão utilizadas nas transmissões.

Assim, de um momento para o outro, o Estádio da Luz saltou para o que de mais avançado existe no século XXI e vai tornar-se o recinto desportivo mais tecnológico em Portugal. A tecnologia 5G ainda não está disponível no mercado, já que terá ainda de passar por uma fase de leilão empresarial, mas o Benfica deu a novidade com alguma pompa e alguma circunstância, a partir do relvado da Luz. E apesar de o dia ter sido passado a falar de algo que é sinónimo de futuro, o presente continua a ser uma realidade: e Rui Costa, para além de vice-presidente e administrador da SAD, é também uma das caras da equipa principal de futebol.

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

P. Ferreira-Benfica, 0-5

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa)

P. Ferreira: Jordi, Fernando Fonseca, Maracás, Marcelo, Pedro Rebocho, Bruno Costa (João Amaral, 75′), Luiz Carlos (Ibrahim, 60′), Eustáquio, Zé Uilton (Adriano Castanheira, 68′), Dor Jan (Martín, 75′), Hélder Ferreira (Lucas Silva, 68′)

Suplentes não utilizados: Michael, Matchoi, Jorge Silva, Pedro Marques

Treinador: Pepa

Benfica: Helton Leite, Diogo Gonçalves (Gilberto, 45′), Vertonghen, Otamendi, Lucas Veríssimo, Grimaldo (Darwin, 82′), Weigl (Cervi, 82′), Taarabt, Rafa (Everton, 59′), Waldschmidt (Pizzi, 59′), Seferovic

Suplentes não utilizados: Vlachodimos, Chiquinho, Pedrinho, Gonçalo Ramos

Treinador: Jorge Jesus

Golos: Diogo Gonçalves (38′), Rafa (45′), Seferovic (45+8′ e 78′), Darwin (89′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Diogo Gonçalves (28′), a Lucas Veríssimo (33′), a Grimaldo (43′), a Waldschmidt (58′), a Bruno Costa (58′), a Seferovic (61′); cartão vermelho direto a Eustáquio (22′)

“Em Paços de Ferreira, iremos com certeza consolidar aquilo que temos feito”, comentou sobre a deslocação que o Benfica tinha este sábado, acrescentando o que pensa sobre o impacto da ausência de adeptos nas bancadas. “Nunca poderemos fazer disso uma desculpa para a época que estamos a fazer mas também nunca poderá ser visto de forma leviana. O Benfica sente a falta dos seus adeptos quer em casa, quer fora de casa, onde normalmente enche todos os estádios. O adepto do Benfica sempre foi exigente e falta essa exigência de ter o estádio cheio”, completou Rui Costa, na antecâmara de mais uma partida da Primeira Liga sem qualquer espectador a assistir.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Este sábado, o Benfica visitava o P. Ferreira, o quinto classificado, e deslocava-se a uma espécie de forte: os pacenses só tinham perdido uma vez no Estádio Municipal da Capital do Móvel para o Campeonato esta temporada, contra o Sporting e logo na segunda jornada, e já tinham derrotado FC Porto e Sp. Braga. Para os encarnados, porém, o timing do desafio não poderia ser melhor. A equipa de Jorge Jesus chegava a esta jornada depois de cinco vitórias consecutivas na Liga, para além de seis partidas seguidas sem sofrer qualquer golo, e continuavam na corrida pelo segundo lugar enquanto atravessam aquela que é claramente a melhor fase da época. A entrar em campo já depois de o FC Porto ter vencido em Tondela, o Benfica sabia que a margem de erro era nula — só a vitória permitia continuar a três pontos dos dragões, para além de garantir que continuavam à frente do Sp. Braga no final da jornada.

Com Pizzi de regresso, depois de o internacional português ter falhado a receção ao Marítimo por castigo, Jesus continuava sem poder contar com Gabriel, Nuno Tavares e Samaris, ambos lesionados. O treinador encarnado recuperava a solução defensiva que utilizou contra o Sp. Braga e o Sporting, em termos nacionais, e nas competições europeias e lançava três centrais, com Vertonghen a recuperar a titularidade ao lado de Otamendi e Lucas Veríssimo e Everton a ser o sacrificado. Do outro lado, Pepa tinha de trabalhar com três ausências de peso, todas no setor ofensivo: Douglas Tanque, castigado; João Pedro, envolvido num processo disciplinar interno por ter estado numa festa ilegal; e Luther Singh, a cumprir quarentena depois de ter estado com a seleção da África do Sul. Assim, a aposta era Dor Jan, o avançado israelita que marcou ao FC Porto.

No Estádio Municipal da Capital do Móvel — onde Luís Filipe Vieira marcava presença, algo que não tem acontecido nos jogos fora, por conselho médico, depois de ter estado infetado com Covid-19 –, a primeira parte foi algo incaracterística e muito atribulada. Os primeiros 20 minutos foram praticamente inexistentes, entre as análises do VAR e uma partida muito disputada na zona do meio-campo: primeiro foi uma potencial grande penalidade de Jordi sobre Waldschmidt (4′), depois foi um potencial cartão vermelho para Jordi depois de uma falta sobre Seferovic (8′) e, por fim, foi o lance que acabou por decidir o encontro. Numa fase em que ainda não existia qualquer remate de parte a parte e em que o P. Ferreira estava a conseguir estancar as investidas encarnadas, Stephen Eustáquio fez falta sobre Weigl. Hugo Miguel começou por mostrar o cartão amarelo ao internacional canadiano mas, depois de ser chamado pelo VAR, decidiu expulsar o médio, deixando os pacenses reduzidos a dez unidades com cerca de 70 minutos por jogar.

Pepa não fez qualquer alteração na sequência da expulsão e a verdade é que a equipa conseguiu aguentar os primeiros minutos de inferioridade numérica com alguma naturalidade. Ainda que com os setores obviamente recuados e as linhas muito próximas, o P. Ferreira ia gerindo os ataques do Benfica — que permanecia algo lento e pouco criativo, o que irritava Jorge Jesus na linha técnica. Waldschmidt teve a primeira grande oportunidade do jogo, com um cabeceamento numa recarga que Jordi defendeu (25′), Rafa rematou rasteiro e fraco para o guarda-redes encaixar (28′) e a resistência pacense só durou mais um minutos. Na tentativa algo inocente de querer manter a fidelidade ao estilo de jogo, sem querer bater na frente de forma direta e procurar o jogo pelo chão, Luiz Carlos quis sair de um lance de aperto com um passe curto para o lado; Diogo Gonçalves antecipou-se e rematou forte e cruzado para bater Jordi pela primeira vez (38′).

A partir daí, a equipa do P. Ferreira perdeu totalmente o norte. Waldschmidt poderia ter aumentado a vantagem logo depois, numa jogada em que permitiu escandalosamente a defesa do guarda-redes adversário (43′), mas o segundo golo pertenceu mesmo a Rafa. Seferovic, na esquerda, isolou por completo o internacional português, que só com Jordi pela frente tirou o guardião do lance com uma finta e finalizou depois com a baliza completamente desprotegida (45′). A primeira parte teve nove (!) minutos de descontos e ainda deu tempo para Seferovic ver um golo anulado, por estar em fora de jogo (50′), e marcar outro a valer, numa finalização de grande classe depois de uma assistência igualmente bonita de Taarabt, com um passe vertical (45+8′). O Benfica foi para o intervalo a vencer confortavelmente um jogo em que nem sequer estava a ser brilhante mas onde acabou por beneficiar da superioridade numérica que tinha desde os 22 minutos.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do P. Ferreira-Benfica:]

Ao contrário daquilo que seria de esperar, acabou por ser Jorge Jesus a mexer ao intervalo: o treinador encarnado tirou Diogo Gonçalves e lançou Gilberto, enquanto que Pepa manteve os 10 jogadores que já estavam em campo. A segunda parte trouxe muito pouco de novo, na medida em que o Benfica tinha total controlo do jogo mas decidia não ser acutilante e não ir à procura da goleada, preferindo trocar a bola no meio-campo adversário, e o P. Ferreira não conseguia sair da pressão encarnada. Os pacenses ainda tentavam explorar a transição ofensiva e o contra-ataque mas acabavam por desacelerar sempre que não conseguiam progredir com precisão, com receio de uma perda de bola que deixasse a equipa descompensada nas costas.

Por volta da hora de jogo, Jesus voltou a olhar para o banco e trocou Waldschmidt e Rafa por Pizzi e Everton. Desta feita, porém, Pepa respondeu e tirou um fatigado Luiz Carlos para colocar Ibrahim, numa tentativa de ter alguma bola na zona do meio-campo, lançando Lucas Silva e Adriano Castanheira escassos instantes depois. Jordi teve duas grandes intervenções, primeiro depois de um remate de Everton (65′) e depois na sequência de um livre direto de Grimaldo (67′) e o jogo foi-se arrastando — até porque a única dúvida estava relacionada com os números do resultado, já que o vencedor e o vitorioso estavam decididos já há muito.

Seferovic ainda voltou a marcar, com um remate muito forte à meia-volta depois de um passe de Everton (78′), e tornou-se o melhor marcador da Liga, chegando aos 16 golos e superando o registo de Pedro Gonçalves. Até ao fim, o avançado suíço ainda teve tempo para tirar da cartola uma assistência perfeita para Darwin, que fechou as contas e não escondeu a emoção ao marcar cerca de dois meses depois (19′). O Benfica derrotou o P. Ferreira e tornou-se apenas a segunda equipa a vencer a equipa de Pepa em casa esta temporada para o Campeonato, depois do Sporting. Os encarnados beneficiaram em larga escala da expulsão de Eustáquio, num jogo em que voltaram a desperdiçar várias oportunidades, mas Seferovic voltou a ser instrumental: o avançado suíço assistiu para o segundo e para o quinto golos, marcou o terceiro e o quarto, fez outro que foi anulado por fora de jogo e foi o elemento mais importante do ataque de Jorge Jesus. Pelo meio, já é o melhor marcador da Liga. E mostrou que é ele o verdadeiro 5G que o Benfica tem.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora