O treinador do Rio Ave, Miguel Cardoso, relatou este sábado situações de insultos e agressões no final da partida com o Boavista, da 26.ª jornada da I Liga Portuguesa de futebol.

Na sala de imprensa do estádio do Bessa, o treinador foi questionado sobre o motivo de não ter comparecido na entrevista rápida final do canal televisivo que transmitiu a partida, dizendo que não se sentiu seguro.

“Houve incidentes diversos que não me permitiram ir em segurança. Não posso ser insultado e ter um adjunto a ser agredido. Houve um conjunto de coisas que não quero me alongar”, disse o técnico dos vila-condenses.

O treinador abordou, ainda, o facto de ter esboçado um gesto insultuoso em direção do banco do Boavista, quando a sua equipa apontou o golo do empate final (3-3), já na parte final da partida, tendo pedido desculpa pela reação.

“Muitas coisas aconteceram ao longo do jogo. Não somos máquinas, somos homens com emoções, mas que as devemos controlar porque temos responsabilidade social. O que aconteceu não foi mais que um ato de frustração em função do contexto de jogo. Não foi direcionado a ninguém”, disse o técnico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Miguel Cardoso reconheceu que “não foi um gesto bonito”, mas considerou que “as instituições do Boavista e do Rio Ave não se devem sentir tocadas, porque não houve intenção de ofender”, embora pedisse “desculpa pela atitude”.

O treinador dos vila-condenses disse ainda que não dirigiu palavras insultuosas para o treinador do Boavista Jesualdo Ferreira, mas disse ter demonstrado, no túnel de acesso aos balneários, o seu desagrado com “várias situações que aconteceram ao longo do jogo”.

“Disse, para algumas pessoas que estavam no túnel, que ‘deviam ter idade para ter juízo e que o futebol não precisa destas coisas’. A determinada altura do jogo deixou de existir bolas para repor no jogo. Tudo o que aconteceu foi lamentável, mas sou alheio a esse clima, tal como a minha equipa e o meu clube”, relatou Miguel Cardoso.

Sobre o jogo em si, o técnico do conjunto da foz do Ave falou uma partida “com vários contextos” e, apesar de achar que a sua equipa merecia ganhar, mostrou-se conformado com o empate.

“Sofremos várias agressões emocionais ao longo do jogo, com um penálti falhado e um autogolo, mas tivemos sempre muito foco. Lutámos e fomos a equipa que mais fez para ser premiada com os três pontos. Mas temos de aceitar o empate”, concluiu.

Boavista diz que treinador do Rio Ave “mentiu de forma descarada” ao mencionar agressões

Já o Boavista considerou que o treinador do Rio Ave, Miguel Cardoso, “mentiu de forma descarada”, ao mencionar que houve agressões no final do jogo entre as duas equipas, da 26.ª jornada.

“O Boavista desmente categoricamente as acusações do treinador Miguel Cardoso, que mentiu de uma forma descarada, ao falar em agressões, que só existiram na sua fértil imaginação”, pode ler-se numa nota enviada pelo clube portuense à comunicação social.

“Houve incidentes diversos que não me permitiram ir [à zona de entrevistas] em segurança. Não posso ser insultado e ter um adjunto a ser agredido. Houve um conjunto de coisas que não quero me alongar”, disse o técnico dos vila-condenses.

Na nota informativa enviada, o Boavista disse que tal é uma “mentira facilmente desmascarada quando forem conhecidos os relatórios das forças policiais e dos delegados da Liga presentes no local”.

“Esta acusação mirabolante só serve de desculpa para o espetáculo degradante que este agente desportivo protagonizou ao longo de todo o jogo”, pode ler-se no mesmo texto.