Cerca de 90 polícias já ficaram feridos nos confrontos que começaram há duas semanas na Irlanda do Norte, segundo a BBC. Por detrás dos tumultos está o Brexit — e a reposição do controlo aduaneiro de mercadorias transportadas entre a Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha —, mas os especialistas dizem que há outros fatores a motivar o descontentamento: a recente repressão policial contra gangues unionistas e o incumprimento das regras impostas devido à pandemia no funeral de uma ex-figura do IRA.

Os protestos violentos — que amenizaram no fim de semana aparentemente como forma de respeito pela morte do príncipe Filipe — estão a comprometer o acordo de paz firmado em 1998 entre os unionistas (ou loyalists), que defendem a permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido, e os nacionalistas, que querem unir o país com a República da Irlanda. A onda de tumultos começou no final de março, quando as forças policiais tentaram dispersar cerca de 40 manifestantes, que responderam com cocktails molotov, numa área dominada pelos unionistas, em Londonderry. A violência repetiu-se nos dias seguintes.

Na sexta-feira, dia 2 de abril, os protestos propagaram-se para o Sul de Belfast, a capital da Irlanda do Norte, numa área unionista de Sandy Row. Quinze polícias ficaram com queimaduras e ferimentos na cabeça e nas pernas. Segundo o comandante responsável no distrito de Belfast, Simon Walls, os agentes foram “sujeitos a um ataque contínuo de manifestantes que atiraram vários objetos contra a polícia”, como tampas de esgoto ou alvenaria pesada. Os manifestantes são, sobretudo, jovens — alguns dos quais com apenas 12 anos.

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