A Cofina Media, que detém o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, entre outras publicações, vai avançar com um despedimento coletivo que envolve 26 postos de trabalho, segundo a carta enviada aos trabalhadores, consultada pela Lusa.

O processo “implicará a cessação de 26 contratos de trabalho e fundamenta-se em motivos de mercado e estruturais, mais precisamente na redução da atividade da empresa e na consequente necessidade de proceder à reestruturação da sua organização produtiva”, invoca a Cofina Media.

O despedimento afeta a área do tratamento de imagem, onde serão extintos cinco postos de trabalho, abrange ainda cinco revisores, quatro jornalistas, quatro documentalistas, um fotojornalista e um coordenador geral de fotografia. Serão ainda extintos postos de trabalho na direção comercial.

Na comunicação enviada aos 26 trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo, a empresa destaca a “profunda crise que afeta o setor” e refere que o grupo Cofina tem vindo a perder volume de negócios, tanto nas vendas de produtos como nas vendas de publicidade.

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Entre 2010 e 2020, as receitas da Cofina caíram 48%, cerca de 65 milhões de euros”, sublinha a empresa, acrescentando que a pandemia de Covid-19 veio “agravar este contexto”.

Além dos resultados financeiros, a empresa refere a “crescente automatização de tarefas” que resultou “num crescente esvaziamento de funções das diferentes equipas afetas às áreas de suporte”.

No documento, a Cofina Media recorda que em 2017 fez uma “profunda reestruturação” que afetou as redações das várias publicações, que levou à cessação de 100 contratos de trabalho, entre rescisões por mútuo acordo e despedimento coletivo.

Nessa altura, diz a empresa, ficaram de fora da reestruturação as áreas de suporte, nomeadamente o tratamento de imagem, revisão, documentalistas e fotografia.

A Cofina Media, que em março contava com 656 trabalhadores, detém várias publicações, entre elas, o Correio da Manhã, o Record, o Jornal de Negócios, a revista Sábado e a TV Guia, sendo ainda “dona” da CMTV.

Sindicato lamenta recusa da Cofina para diálogo sobre despedimento coletivo

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) lamentouesta terça-feira que a administração da Cofina Media tenha declinado o pedido da estrutura sindical para uma reunião sobre o anunciado despedimento coletivo de 26 trabalhadores do grupo.

O SJ lamenta que a Administração da Cofina Media não tenha disponibilidade para reunir-se com a direção desta estrutura com vista ao esclarecimento do despedimento coletivo do grupo que vai abranger 26 pessoas, seis das quais jornalistas” afirma o sindicato em comunicado.

O sindicato explica que “dada a gravidade da situação e atendendo ao facto de que na Cofina não há comissão de trabalhadores ou comissões sindicais, o SJ considerou fundamental” pedir uma reunião à administração do grupo.

“A solicitação do SJ foi, no entanto, declinada pela administração da Cofina o que demonstra uma total falta de pudor em relação a uma situação que deixará no desemprego 26 pessoas”, sublinha a estrutura sindical.

O sindicato pretende discutir com a Cofina Media “os motivos” do despedimento coletivo bem como “a possibilidade de se chegar a outras soluções”, reiterando a sua “solidariedade” aos trabalhadores em causa e pondo à disposição o seu gabinete de apoio jurídico.

O SJ informou ter solicitado uma “reunião urgente” à administração da Cofina Media, na sequência do anunciado despedimento coletivo de 26 trabalhadores do grupo. Em comunicado, o SJ recorda que, “há apenas quatro anos, o grupo […] procedeu a um despedimento coletivo de 65 trabalhadores, 30 dos quais jornalistas”.

Detentora de várias publicações, como o Correio da Manhã, o Record, o Jornal de Negócios, a revista Sábado e a TV Guia, e do canal televisivo CMTV, a Cofina Media contava, em março, com um total de 656 trabalhadores. A agência Lusa noticiou na segunda-feira que a Cofina Media vai avançar com um despedimento coletivo que envolve 26 postos de trabalho.

Na carta enviada aos trabalhadores visados, a que a Lusa teve acesso, o grupo refere que o processo “implicará a cessação de 26 contratos de trabalho e fundamenta-se em motivos de mercado e estruturais, mais precisamente na redução da atividade da empresa e na consequente necessidade de proceder à reestruturação da sua organização produtiva”.